Bruxelas descarta proibição à importação de produtos provenientes do Japão
A Comissão Europeia (CE) anunciou descartar “por agora” a proibição ou restrições à importação de produtos agro-alimentares provenientes do Japão, mantendo as suas recomendações aos países comunitários para verificarem se essas importações têm radioactividade.
O porta-voz comunitário para os assuntos da Saúde, Frédéric Vincent, afirmou recentemente que as medidas alimentares previstas pela CE, após o alarme nuclear na central de Fukushima, consistem, por agora, no aconselhamento aos governos comunitários para realizarem controlos especiais aos alimentos que importem do Japão.
Vincent declarou, num encontro com a imprensa, que nas fronteiras da União Europeia (UE) não se detectaram produtos provenientes do Japão com contaminação radioactiva. O responsável explicou ainda, segundo avança a agência EFE, que “se um país comunitário encontrar alimentos japoneses com radioactividade, seria colocado em marcha uma regulamentação na UE sobre acidentes nucleares e segurança alimentar – que agora não se aplica – e, consequentemente, seriam retirados do mercados os lotes contaminados”.
Segundo essa regulamentação, a CE aprovaria limites concretos de restos de radioactividade máximos para os alimentos, “mas antes não”, concluiu Vincent.
A CE insiste, de resto, no facto de as importações de produtos agro-alimentares provenientes do Japão para o mercado europeu serem mínimas.
Bruxelas reagiu, assim, de forma diferente dos EUA que proibiram a importação de produtos lácteos e de legumes das áreas próximas à central nuclear de Fukushima, salientando o porta-voz europeu que a UE não importa produtos lácteos do Japão.
Os dados da CE revelam que o Japão vende à UE peixe, moluscos e cerca de 9.000 toneladas de legumes.
Países como Itália e França já comunicaram que estão a realizar controlos especiais às importações provenientes do Japão.