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João Vieira, da FIL: “Os visitantes vêm à Alimentaria fazer negócio”

Por a 17 de Março de 2011 as 15:57

Entrevista

João Lourenço Vieira, Director de Área de Feiras da FIL


Mais de 30 mil profissionais de todo o Mundo vão acorrer à Feira Internacional de Lisboa, entre 27 e 30 de Março. A Alimentaria está de volta à capital para ajudar as empresas portuguesas a exportar mais e para novos destinos


Hipersuper (H): Para promover o crescimento económico e sair da crise o Governo português está a apostar forte na exportação de bens transaccionáveis. Em que medida a Alimentaria&Horexpo (H&H) Lisboa 2011 pode ajudar as empresas portuguesas a aumentar as exportações?

J.L.V: A Alimentaria constitui-se como uma plataforma de negócios nos sectores da alimentação, bebidas, hotelaria e tecnologia alimentar, sendo certo que é uma plataforma internacional pela diversidade de participações que congrega, tanto de expositores como de visitantes. É nesta última vertente que a A&H cumpre o objectivo de contribuir para que as empresas portuguesas conquistem novos mercados ou estabeleçam e reforcem negócios com compradores internacionais. São mais de 30.000 os visitantes estrangeiros que afluem à Alimentaria & Horexpo. E, nos últimos anos, a organização tem estimulado o programa de “Hosted Buyers”, trazendo compradores estrangeiros, de mercados alvo indicados pelos expositores, até à feira, suportando a totalidade dos encargos com esses visitantes.

H: Quais são os países estratégicos nesta edição de 2011?

J.L.V: A A&H recebe visitantes/compradores que buscam a feira por si próprios dado que o certame já se consolidou no calendário internacional dos profissionais do sector. Vêm de vários países, motivados pelo seu próprio interesse e por saberem que a Alimentaria é a mostra mais completa do sector que se realiza em Portugal.

Outros compradores entram no programa “Hosted Buyers”, que procura espelhar as preferências dos expositores e estas têm apontado para os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), mas também para mercados como China, Rússia, Estados Unidos, Canadá, e vários países europeus.

H: Espanha ocupa uma posição privilegiada nas relações comerciais com Portugal. Qual o peso da delegação espanhola na feira?

J.L.V: Como é natural, a participação das autonomias espanholas e das suas empresas continuam a manter uma posição muito forte no que diz respeito à presença de expositores internacionais na feira.

Com a já reconhecida dinâmica do país vizinho, certamente serão várias as novidades que as empresas preparam para a participação num evento da importância da A&H Lisboa, que é líder na Península Ibérica no ano em que se realiza.

Mas, a participação espanhola não fica só pelos expositores. Teremos uma forte presença de visitantes profissionais, sendo garantida a presença de compradores de marcas de distribuição lideres no país vizinho, tudo isto em resultado do contributo dos parceiros de organização da A&H, a AESA, responsável pela organização da Alimentaria Barcelona.

H: Quais as expectativas de negócios?

J.L.V: A esse respeito podemos dizer que na última edição o programa“Hosted Buyers” saldou-se, avaliando os comentários dos participantes nas reuniões de negócios, de modo muito positivo, ultrapassando as expectativas. Contamos que assim volte a ser este ano.

H: Esperam receber 30.000 visitantes profissionais. Quais são as áreas de actividade principais?

J.L.V: A divulgação do evento é efectuada junto de todos os profissionais dos sectores em presença na feira. O envolvimento de associações sectoriais, que integram a Comissão Organizadora da feira, presidida pela AHRESP em representação do Canal Horeca e pela FIPA representando a indústria, reforçam a convocatória em cada um dos sectores pelo que não conseguimos, por ora, avançar com indicadores precisos sobre qual a tipologia dos visitantes: uma coisa é certa, quem vem visitar a feira vem com objectivo de negócios.

H: A cerca de dois meses da realização da feira, que balanço fazem dos expositores? Qual a área de exposição já está vendida?

J.L.V: Estamos a apontar para uma ocupação plena das instalações da FIL (4 pavilhões, num total de mais de 40.000 metros quadrados. Atendendo à conjuntura que vivemos podemos dizer que o mercado correspondeu de modo satisfatório e, por isso, quem visitar a feira encontrará mais de sete centenas de empresas para estabelecer ou renovar contactos.

Salão 3 em 1

H: Uma das grandes novidades da edição de 2011 é a junção de 3 salões numa só feira – Horexpo, Alimentaria e Tecnoalimentaria. A que se deve esta aposta 3 em 1?

J.L.V: O objectivo foi, fundamentalmente, por um lado, dar maior e mais completa resposta ao sectores envolvidos na feira e, por outro, garantir um menor investimento quer aos expositores, quer aos visitantes que, numa única deslocação, encontram uma oferta global de produtos e equipamentos.

H: Que outras novidades vão apresentar na Alimentaria Lisboa 2011?

J.L.V: As principais novidades passam por alguns dos eventos paralelos. Podemos destacar o Food Experience, essencialmente desenvolvido para actividades de pastelaria e cozinha, para o canal Horeca, num auditório com demonstrações e concursos ao vivo. Aqui, também os visitantes poderão aproveitar para provar todos os dias as iguarias de reconhecidos chefs.

Apesar de ser um repetente, quando falamos de novidades não podemos deixar de referir o espaço INNOVAL, onde os novos produtos apresentados pelos expositores têm destaque especial.

No Pavilhão 4 teremos também, pela primeira vez e em colaboração com a Inovisa, o FOOD ID&T, espaço onde vários institutos, universidades e entidades ligadas à investigação, farão uma mostra de novas tecnologias para o comércio e indústria alimentar.

H: Qual a aposta no programa de seminários e conferências?

J.L.V: Temos prevista uma variedade de seminários e conferências organizadas por várias entidades, o que confere à A&H maior atractividade, pois aqui serão debatidos e reflectidos muitos temas de relevo para os sectores presentes na feira. Destaco ainda a realização das jornadas da AHRESP e da FIPA e a apresentação de estudos de mercado e índices de consumo a cargo da Nielsen e da WorldPanel.

H: O vinho é também uma das apostas. Quais as diferenças do salão Intervin face aos anos anteriores?

J.L.V: Lamentavelmente, as diferenças não são assinaláveis, uma vez que, por constrangimentos de calendário, a Alimentaria Lisboa coincide com uma feira internacional de referência na área dos vinhos. Mas, ainda assim, continuamos a registar forte presença do IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto) regiões, assim como de produtores independentes do Alentejo, Beira-Interior, Península de Setúbal, entre outros. Salientamos que, em 2011, a Viniportugal marcará presença na A&H, um regresso de importância à feira.

H: Quais os grandes objectivos da Alimentaria Lisboa 2011?

J.L.V: A A&H Lisboa 2011 pretende ser o ponto de partida para um novo modelo de evento, mais atractivo, mais dinâmico, mais capaz de corresponder às necessidades das empresas, nomeadamente no que se refere à conquista dos mercados internacionais. Sem esquecer que a A&H constitui apenas um dos meios que a AIP/FCE põe à disposição das empresas apostadas nos mercados externos. Outros meios são a aposta que a equipa organizadora da A&H faz na preparação de eventos com a Alimentícia (Angola), ou a participação agrupada de empresas nacionais em mercados como a China e a Arábia Saudita, por exemplo.

ALIMENTARIA&HOREXPO LISBOA 2011

em números

De 27 e 30 de Março, na Feira Internacional de Lisboa

Mais de 30.000 visitantes estrangeiros

4 pavilhões – 40.000 metros quadrados

3 em 1 – Alimentaria, Horexpo e Tecnoalimentaria

700 empresas expositoras

PALOP representam um mercado de 220 milhões de consumidores

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