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Artur Moreira, da Elpozo: “A Distribuição é pouco colaborante na resposta às tendências”

Por a 17 de Março de 2011 as 16:09

Entrevista a Artur Moreira, director comercial da ElPozo

Os portugueses querem soluções práticas e saudáveis a preços acessíveis no sector da charcutaria. Oferta há muita mas a “Distribuição é reservada na resposta às tendências”, revela em entrevista ao Hipersuper Artur Moreira, Director Comercial da Elpozo

H: Que balanço faz da categoria de charcutaria em Portugal no ano passado?

Artur Moreira (A.M.): A charcutaria conheceu um pequeno crescimento no exercício de 2010. Este foi um ano caracterizado pela retracção do consumo devido, em larga medida, à quebra do rendimento disponível dos portugueses. Ainda assim, o mercado de charcutaria conheceu crescimentos em volume de cerca de 4%, e de 2% em valor. Apesar do cenário de crise económica, acabou por ser um ano globalmente positivo.

H: Quais são os segmentos mais dinâmicos? Porquê?

A.M.: Os segmentos mais dinâmicos são os fatiados/embalados e o segmento aves (peru e frango).

Os fatiados e embalados mantêm a tendência crescente verificada nos últimos anos, com crescimentos de 18% em volume e 11% em valor. Representam cerca de 24% do volume total do negócio. A cada vez mais forte aposta por parte de fabricantes e distribuidores, demonstrada pelo reposicionamento do preço médio, verificado durante o exercício de 2010, aliado a uma diversificação da oferta e soluções, são os motores deste crescimento. Constata-se, igualmente, maior apetência para o consumo de produtos de livre-serviço, nomeadamente fatiados.

No que diz respeito à categoria de aves, o crescimento deve-se, essencialmente, ao carácter “saudável” que caracteriza esta categoria. Representa uma solução para o consumidor cada vez mais atento, preocupado e exigente.

H: Quais as grandes tendências de consumo para 2011?

A.M.: Prevemos que 2011 será um ano muito semelhante ao anterior. Apesar da crise instalada, do cariz tradicionalista do consumidor português e da mais que esperada retracção do consumo, as principais tendências prendem-se com a preocupação com a alimentação e, consequentemente, reforço da procura de soluções práticas, saudáveis e a preços acessíveis.

Dispomos de uma vasta gama de produtos nesta área, assim possamos e os consumidores portugueses contar com a preciosa colaboração da Distribuição portuguesa, tradicionalmente tão pouco colaborante e reservada, no que toca a acompanhamento e resposta a essas mesmas tendências.

H: Que novidades vai lançar a ElPozo?

A.M.: Trabalhamos com o objectivo de satisfazer e ir ao encontro das necessidades e expectativas do consumidor português, disponibilizando produtos e formatos que melhor se adaptam aos hábitos e necessidades de consumo.

Assim, para 2011, temos preparado um conjunto de lançamentos, vinculados com novos produtos, formatos e gramagens. As alterações que efectuamos em Janeiro nas imagens e gramagens de toda a gama de fatiados “All Natural”, são exemplificativas.

No que respeita a novos produtos, acabámos de lançar no mercado português o Peito de Perú Fatiado “All Natural” 125g, em Março lançaremos o Peito de Frango Fatiado 250g e, em Abril a Pá Ibérica C/ Osso e Pata (porco preto).

Estrategicamente, vamos reforçar a aposta estratégica na gama “All Natural” porque é diferenciadora. São produtos elaborados sem glúten, fosfatos, corantes, conservantes e lactose, únicos no mercado português.

H: Como correu o negócio à ElPozo no ano passado?

A.M.: Tendo em conta as evoluções díspares no que diz respeito aos canais de distribuição e de categorias de produtos, da pressão e das tensas relações com a Distribuição Moderna, além do ciclo económico difícil e exigente, este acabou por ser um ano positivo. Apesar de crescimentos menores, este ano permitiu cimentar a evolução e resultados de anos anteriores.

Foi, igualmente, um ano especial e gratificante para a nossa marca, pois conquistámos a liderança de mercado em Portugal na categoria mortadelas fatiadas (porco e peru).

H: Quais os principais desafios para 2011?

A.M.: Será um ano difícil e exigente. Mas a qualidade produtiva e competitividade comercial, aliada à capacidade de resposta às exigências do mercado e o facto de sermos uma empresa virada para o consumidor, leva-nos a encarar este ano com relativo e justo optimismo.

Cumpriremos, no dia 01 de Julho, 18 anos de presença no mercado nacional. A data significa o reconhecimento e apreço que temos vindo a merecer por parte dos portugueses.

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