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Consumidor confia cada vez mais nas compras transfronteiriças

Por a 11 de Março de 2011 as 16:56

O Painel de Avaliação do Consumo da Primavera hoje [Sexta-feira] publicado pela Comissão Europeia (CE) revela uma nítida recuperação nas condições de consumo em quase todos os países da União Europeia (UE), após o declínio acentuado de 2009. O índice anual das condições de consumo é medido, por exemplo, pela confiança que os consumidores depositam nas autoridades, nas ONG e nos retalhistas, bem como pela eficácia da resolução de litígios.

O Painel de Avaliação confirma, igualmente, um desfasamento cada vez maior entre o comércio electrónico transfronteiriço e o nacional, apesar de existir um potencial evidente nas aquisições transfronteiriças, em termos de escolha e de poupança. No entanto, o estudo indica que os consumidores têm muito mais confiança nas compras transfronteiriças depois de as experimentarem, existindo, contudo, sérios obstáculos ao comércio electrónico transfronteiriço no lado da oferta, havendo actualmente menos retalhistas com actividades internacionais do que em 2009.

John Dalli, Comissário para a Saúde e Defesa do Consumidor, declarou: “Quero aqui elogiar os Estados Membros que continuaram a investir num ambiente de qualidade para os consumidores neste período difícil. O pior já passou: a confiança dos consumidores europeus nas instituições de consumo começa a voltar aos níveis anteriores”.

O responsável pela Saúde e Defesa do Consumidor acrescentou ainda que, “também é bom verificar que as preocupações dos consumidores relativamente às aquisições transfronteiriças tendem a desaparecer quando as experimentam e têm uma boa experiência. Mas os resultados confirmam igualmente que ainda temos muito trabalho pela frente para eliminar os obstáculos existentes, o que beneficiará a economia europeia e os consumidores e empresas europeus em igual medida”.

O Índice das Condições de Consumo é definido por factores como a eficácia da resolução dos litígios e do tratamento das queixas, bem como pela confiança dos consumidores nas autoridades, nos retalhistas, nos anunciantes e nas organizações de consumidores, e ainda pela qualidade da regulamentação.

O índice de 2010 revela que as condições de consumo melhoraram após o acentuado declínio de 2009, tendo a maior parte dos países voltado a atingir ou ultrapassado os níveis de 2008.

Os países com as melhores condições são o Reino Unido, a Irlanda, o Luxemburgo, a Áustria, a Finlândia, os Países Baixos, a Itália, a Dinamarca, a Alemanha, a Bélgica e a Suécia, situando se todos acima da média da UE.

O Painel de Avaliação mostra ainda um crescimento contínuo do comércio electrónico nacional, tendo 36% dos consumidores europeus feito compras online junto de vendedores nacionais em 2010 (34% em 2009).

Contudo, o comércio electrónico transfronteiriço continua a crescer a um ritmo muito lento (9% em 2010, 8% em 2009), apesar das vantagens evidentes em termos de poupança e de escolha, como demonstrado em estudos anteriores.

“As percepções dos consumidores parecem constituir uma barreira importante ao comércio electrónico internacional”, refere a CE. Entre os consumidores que não efectuaram uma compra internacional à distância, 62% receiam fraudes e burlas; 59% mencionam preocupações acerca do procedimento a seguir em caso de problemas; e 49% são demovidos por esperarem problemas com a entrega.

Entre os consumidores que já efectuaram compras transfronteiriças, 61% demonstravam igual confiança nas compras na Internet internacionais e nacionais, em comparação com apenas 33% da população em geral.

“O comércio electrónico transfronteiriço parece ser, pelo menos, tão fiável como o comércio electrónico nacional ou mais ainda”, indica a CE. “Apenas 16% das aquisições transfronteiriças sofreram atrasos (18% no caso das aquisições nacionais); e o produto não tinha sido entregue em 5% dos casos de compras transfronteiriças (6% no caso das compras nacionais)”.

As conclusões indicam a importância de informação mais eficaz acerca dos mecanismos internacionais existentes em matéria de aconselhamento, aplicação das leis e recurso. Entre estes mecanismos contam se a rede de cooperação para a protecção do consumidor, que reúne as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da legislação, e os Centros Europeus do Consumidor, que facultam assistência e aconselhamento gratuitos aos consumidores que efectuam compras no Mercado Único.

A percentagem de retalhistas que vendem para outros países da UE baixou para 22% em 2010 (25% em 2009), apesar de as vantagens do comércio transfronteiriço serem significativas: 56% estimam que mais de 10% das suas vendas de comércio electrónico são realizadas com outros países da UE.

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