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Jerónimo Martins obtém mais 40% de lucros e investirá 500 milhões em 2011

Por a 18 de Fevereiro de 2011 as 10:12

A Jerónimo Martins (JM) registou, no exercício de 2010, vendas de 8,691 mil milhões de euros, representando uma subida de 18,8% face aos 7,317 mil milhões de euros do ano 2009, informa o grupo retalhista nacional em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Já os lucros referentes ao ano que terminou a 31 de Dezembro, ascenderam a 281 milhões de euros contra os 200,3 milhões do ano anterior, correspondendo a uma evolução de 40,3%, ficando, contudo, ligeiramente abaixo das previsões ainda ontem divulgadas pela agência Reuters que apontava para lucros na ordem dos 284 milhões de euros.

No que diz respeito ao EBITDA, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, indica um aumento de 23,6% para 652,6 milhões de euros (o que representa cerca de 7,5% das vendas).

No comunicado, o CEO da JM, admite que “2010 foi um ano notável em rentabilidade, e entrámos, assim, num momentum chave da nossa estratégia de crescimento com reduzido risco de execução”. O responsável pelo maior grupo retalhista português diz ainda que tem intenção de “expandir ao máximo este momentum enquanto prosseguimos a procura por novas oportunidades de crescimento”.

No comunicado lê-se ainda que estes resultados “foram fruto de duas prioridades estratégicas que Jerónimo Martins estabeleceu nos últimos anos e que tem cumprido com rigor: plano de investimento rigoroso e ambicioso e gestão, flexível e orientada para o consumidor, da proposta de valor de cada negócio”.

Os resultados enviados para a CMVM mostram um aumento da importância do negócio polaco, verificando-se que passou a representar 55,3% da facturação do grupo, quando em 2009 esse valor rondava os 51%. Assim, é na Polónia que a JM obtém maiores receitas, totalizando 4,8 mil milhões de euros, representando uma subida de 29,1%.

Já as receitas da operação de retalho em Portugal cresceram 10,6% para 2,995 mil milhões de euros, pesando este negócio, assim, 34,5% nas receitas totais do grupo.

As operações do Recheio e Madeira registaram, igualmente, evoluções. Enquanto a primeira obteve uma subida de 4,6% para 721 milhões de euros, a operação na ilha do Atlântico facturou 142 milhões de euros, representando um acréscimo de 7,9%.

Já os resultados da indústria não registaram “sorte” igual, tendo caído 0,7% para 236 milhões de euros contra os 238 milhões alcançados há um ano.

No plano dos investimentos, a JM gastou 434,2 milhões de euros, dos quais 62,4% foram investidos na Polónia. O grupo abriu 207 lojas, 197 das quais na Polónia, sob a insígnia Biedronka, enquanto em Portugal, “apesar da tendência de desaceleração na abertura de novos espaços de Retalho Alimentar [em 2010, no sector, registaram‐se cerca de 50 novas lojas]”, o Pingo Doce inaugurou sete lojas.

No canal grossista, a JM continua a “concentrar os seus objectivos de expansão”, com a abertura de três lojas, admitindo que estas unidades permitiram “reforçar a presença nacional da insígnia em localizações importantes para o mercado Horeca”.

No que toca a previsões para 2011, e com a actual conjuntura macroeconómica internacional e nacional, “marcada por inúmeras incertezas”, a Jerónimo Martins “continuará a manter uma postura de prudência financeira que privilegie a robustez do balanço e maximize a rentabilidade dos activos”.

Na Polónia, o grupo admite que “o crescimento da posição de liderança continuará a ser uma prioridade”, indicando uma previsão de aumento, em termos líquidos, do parque de lojas da Biedronka em mais 200 unidades para o ano em questão.

Salientando que a Biedronka “manter‐se‐á como o motor de crescimento do grupo e absorverá cerca de 75% do total do programa de investimento previsto para 2011”, estimado entre 450 e 500 milhões de euros, a JM tem como objectivo continuar a crescer a dois dígitos nas vendas Like-for-Like.

Quanto ao nosso País e traçando um quadro macroeconómico “marcado pelas medidas de consolidação orçamental, com perspectivas negativas quanto à evolução do rendimento das famílias e do desemprego”, os responsáveis do grupo retalhista espera uma crescimento do retalho alimentar “limitado”. Neste contexto, adianta a JM, “também o potencial impacto nos volumes pelo aumento de preços das matérias‐primas é um risco a ter em consideração”.

Assim, e dada a expectável tendência para a transferência do consumo fora de casa para a alimentação em casa, o retalhista acredita que o consumidor adopta “comportamentos mais racionais e uma maior sensibilidade ao factor preço”. Neste contexto, a estratégia do Pingo Doce passará pela “manutenção da competitividade da sua política de preço e do sortido de marca própria, mantendo‐se o ritmo de aberturas limitado à ocupação de localizações de proximidade”.

Já para o Recheio, a JM pretende continuar a “fortalecer a sua posição de liderança nos seus mercados‐chave”, com a companhia a “prosseguir com o reforço do seu posicionamento enquanto especialista alimentar, bem como com a manutenção da sua política de preços baixos”.

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