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“Não precisamos do Banco de Portugal para sabermos que estamos em recessão”, diz Alexandre Soares dos Santos

Por a 18 de Fevereiro de 2011 as 15:37

Depois de em entrevista ao Diário Económico, o governador do Banco de Portugal (BdP) ter considerado que “podemos dizer que estamos em recessão”, Alexandre Soares dos Santos, chairman da Jerónimo Martins foi assertivo: “não vale a pena continuar a mentir. Não se pode continuar a pedir sacrifícios aos portugueses quando estamos perante sesta realidade. As pessoas têm de saber porque fazem sacrifícios”.

“Não precisamos do Banco de Portugal para dizer que estamos em recessão. Todos a sentimos”, voltando-se para os jornalistas que marcaram presença na conferência de imprensa de apresentação de resultados do grupo.

Já Pedro Soares dos Santos, CEO da JM, considerou que o mês de Março deverá representar “um dobrar da esquina que muita gente quer antecipar”, fazendo referência á entrevista de Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, dada ontem [Quinta-feira], em que admitia “não ter medo de eleições antecipadas”.

O chairman da Jerónimo Martins desafiou, aliás, Luís Palha, director de campanha de Cavaco Silva para as presidenciais de 23 de Janeiro, a comentar a possibilidade da existência de os portugueses serem chamados a votar mais cedo. O ex-CEO da JM e actual presidente do Comité de Acompanhamento de Matérias Financeiras e Comité de Responsabilidade Corporativa, referiu que “um governo minoritário é, por natureza, mais instável. Os portugueses devem estar preparados para todos os cenários”.

Preparado para qualquer cenário está, de resto, Alexandre Soares dos Santos, admitindo mesmo que ser “mais bem recebido na Polónia do que em Portugal como iniciativa privada”, salientando que “a iniciativa privada em Portugal é convidada a sair”.

Quanto à questão levantada ontem [Quinta-feira] pelo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, de que “os nossos salários penalizam a competitividade das empresas”, Soares dos Santos  concluiu que “o problema não está na questão salarial, mas sim no absentismo e na falta de mão de obra qualificada”.  De resto, o chairman da JM criticou a inexistência do ensino técnico em Portugal, salientando que “a demagogia dos políticos em Portugal ultrapassou todos os limites normais”.

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