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Três em cada cinco insolvências em Portugal são de empresas

Por a 9 de Fevereiro de 2011 as 11:41

Durante o ano de 2010, em Portugal, registaram-se mais de 6.500 novos processos de insolvência, traduzindo-se num crescimento de 31% em relação aos 4.991 processo de 2009, concluiu o Departamento de Gestão de Risco da Crédito y Caución, que acompanha de perto os processos de insolvência publicados no Diário da República.

O relatório destaca que “três em cada cinco são relativos a empresas, o que totaliza cerca de 4.100 processos de insolvência”. Neste domínio, o crescimento em 2010 (+13%) foi mais moderado do que em 2009. Os restantes cerca de 2.400 processos são relativos a pessoas físicas que regista um crescimento de 79% em relação a 2009.

No último trimestre de 2010, foram registados 1.775 novos processos de insolvência em Portugal, o que representa um ligeiro aumento de 3% face ao trimestre anterior. O aumento significativo dos níveis de insolvência teve início no primeiro trimestre de 2009, chegando a superar um milhar de processos trimestrais, e depois de terminar 2008 com um nível próximo dos 500 processos trimestrais.

Após seis trimestres consecutivos de crescimento, o segundo semestre de 2010 revela uma estabilização dos níveis de insolvência em torno dos 1.700 processos trimestrais.

No sector empresarial, um em cada três processos é do sector dos serviços, como sector a registar uma das maiores taxas de crescimento (25%), sendo acompanhado de perto pela Construção (24%), Madeiras e Móveis (23%) e Bens de Equipamento (23%). Ainda assim, o sector dos Brinquedos registou a maior taxa de crescimento de insolvências em 2010 com 70% de variação.

O sector da distribuição/alimentação, registou, por sua vez, um aumento de 11%, passando de 259 casos para 288.

No sentido oposto, o sector dos Electrodomésticos registou um decréscimo significativo (23%) de processos de insolvência em 2010. Idêntica tendência verificou-se nas Peles e Curtumes, Electricidade e Máquinas/Ferramentas, todos com um decréscimo de 8% em relação ao período homólogo.

“Apesar do optimismo moderado que estes indicadores nos transmitem, sobretudo ao registar a perspectiva de evolução e tendência que aparenta estar em processo de inversão, não podemos descurar a evidente debilidade e fragilidade da actual conjuntura macroeconómica do País, sendo ainda evidente a extrema cautela que as empresas portuguesas deverão assumir nos seus negócios. Reforçar as medidas de vigilância do risco, com especial incidência no risco comercial associado a cada um dos clientes, e consequentemente adequar os limites de crédito atribuídos a cada caso, serão processos que deverão ser considerados para protecção das suas actividades” salienta Paulo Morais, director da Crédito y Caución para Portugal e Brasil.

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