Entrevista Vincent Weijers, director de Marketing da Unilever: “Planta com sabor a manteiga é uma criação portuguesa”
É tão simples que a própria Unilever estranha não ser ter lembrado antes. Planta lançou uma versão com sabor a manteiga para conquistar sobretudo o público masculino

Rita Gonçalves
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É tão simples que a própria Unilever estranha não ser ter lembrado antes. Planta lançou uma versão com sabor a manteiga para conquistar sobretudo o público masculino. Os consumidores mais resistentes ao sabor dos cremes para barrar.
Planta Creme Vegetal com sabor a Manteiga é a grande aposta da marca para 2011 e canalizou 70% do orçamento deste ano. O director de Marketing da Unilever, Vincent Weijers, explica como nasceu este produto pensado e fabricado em Portugal e que poderá tornar-se uma estrela nos mercados internacionais.
Hipersuper: Planta Creme Vegetal com sabor a Manteiga é a grande aposta da marca para este ano. Como nasceu este produto?
Vincent Weijers (V.W.): Fazemos muitos estudos junto do consumidor. Sabemos porque é que os consumidores utilizam determinados produtos em detrimento de outros. E para alguns há uma barreira ao consumo de creme vegetal para barrar: o sabor. Os consumidores pensam, e muitas vezes nem sequer provararam o produto, que não gostam de creme vegetal. Se queremos trazer novos consumidores para este segmento, temos de remover barreiras. Este lançamento representa 70% do investimento da marca para 2011.
H: O que entrou na composição do produto que lhe confere o sabor a manteiga?
V.W.: Tem um aroma adicionado. Um total de 87% dos consumidores que provaram o produto confirmaram o sabor a manteiga, segundo um estudo feito em Junho pela Euroexpansão. Sem estarem identificadas as marcas, os consumidores provaram Mimosa, Matinal, Planta regular e a nova Planta com sabor a manteiga.
H: Resulta de uma ideia da Unilever Portugal?
V.W.: Sim. Portugal tem desenvolvimento e produção locais. O produto foi lançado exclusivamente em Portugal e é fabricado na unidade em Santa Iria da Azoia. Planta lidera a categoria de cremes para barrar com 25% da quota em volume e 18% em valor. O líder tem a responsabilidade de fazer crescer a categoria.
H: Vão apostar noutros mercados?
V.W.: Sim, o lançamento em Portugal pode funcionar como um teste. Os colegas de outros países mostraram muito interesse no produto.
H: Quanto tempo levou esta ideia a sair do papel?
V.W.: Cerca de sete meses. Foi rápido. É essa a vantagem de ter produção local. Há ainda a vantagem de os portugueses serem flexíveis e experimentalistas.
Opção para a família
H: Segundo a TNS, os cremes vegetais para barrar alcançaram uma penetração de 70% nos lares portugueses. Se a meta é aumentar a penetração, qual é o objectivo estimado pela marca?
V.W.: São dois: 70% não é 100%. Além disso, a TNS mede penetração em lares, que são constituídos por muitos elementos. Apesar de haver creme vegetal num lar, nem todos os elementos consomem o produto. Mais de 40% dos lares têm em casa manteiga e margarina. Queremos mais pessoas a consumir.
H: E conquistar consumidores de manteiga?
V.W.: Sim, mas não só. Queremos substituir todas as alternativas com mais sabor, como queijo, por exemplo.
H: Qual é o perfil do consumidor deste produto?
V.W.: Os consumidores com preocupações de saúde mas que não dispensam o sabor. Mas vai sobretudo convencer homens. As mulheres são mais conscienciosas, mais disponíveis às novidades. Os homens são mais renitentes porque valorizam mais o sabor. Queremos chamar a atenção do homem para esta opção saudável, para influenciar a prescritora das compras, a mulher.
H: Como evoluiu o segmento de creme vegetal no último ano?
V.W.: Em volume, está estável, mas em valor caiu, devido à baixa de preços. Em 2008, as matérias-primas aumentaram e essa subida reflectiu-se nos preços. No último ano, baixamos os preços porque o preço das matérias-primas também caiu.
H: Planta Creme Vegetal com sabor a Manteiga custa 1,29 euros. Qual o posicionamento em preço?
V.W.: É uma aleternativa para as opções “mais saborosas”, e, em comparação com estas, o preço é simpático. Mas se comparar com a maioria das margarinas não é barato. Está no meio. O estudo também indicou quanto é que o consumidor está disposto a pagar pelo produto.