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Conheça as opiniões dos profissionais: O que foi 2010. E o que será 2011? (Parte II)

Por a 20 de Janeiro de 2011 as 15:16

2010 foi um ano caracterizado pelo aumento de consumo dos produtos de Marca da Distribuição e Primeiros Preços. Na parte final do ano, começou a verificar-se um aumento generalizado dos preços dos produtos de grande consumo, devido aos aumentos das matérias-primas e dos materiais de embalagem, onde se incluem as Marcas Próprias. Para 2011, não são esperados melhores resultados, sendo que as opções de negócio passam pelas alternativas aos mercados existentes, mas cumprindo os critérios rigorosos de transacções comerciais onde se incluem os pagamentos e os recebimentos.
José Carlos, Director Comercial da F.Lima

O Vinho Verde vai chegar ao fim de 2010 com exportações recorde, próximas dos 40M€, culminando assim cinco anos de crescimento consecutivo. O crescimento na exportação é liderado pelos EUA e pela Alemanha, países cujos mercados estão já em expansão. A região tem investido anualmente em dezenas de acções de promoção nesses mercados que consideramos prioritários. O Vinho Verde representa hoje 42% das exportações Portuguesas de vinhos DOC. Pelo contrário, o mercado nacional encontra-se recessivo e hiper sensível ao preço. Os preços médios descem, assim como o consumo per capita. A nossa estratégia para a década passa claramente pelo investimento num conjunto seleccionado de mercados de exportação.
Manuel Pinheiro, Presidente da Comissão Executiva Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV)

O ano de 2010 ficará na história da Silvex como um ano de grande investimento em instalações e no incremento e aperfeiçoamento da nossa capacidade produtiva o que, acreditamos, que se irá repercutir de forma positiva nos resultados dos próximos anos.
Foi um ano de grande intensidade e esforço que resultou, apesar dos variadíssimos obstáculos, da crise e da descrença generalizada em que o país mergulhou, de forma positiva para a Silvex que viu a sua facturação crescer. Não nos deixamos contagiar negativamente e avançamos com investimentos que nos tornarão mais competitivos e criarão riqueza para Portugal e para os Portugueses.
Pedro Couto, Responsável Nacional de Vendas da Silvex Indústria de Plásticos e Papéis, SA

Para a Gateway 2010 foi um ano de muitas dificuldades sendo que o nosso sector reduziu drasticamente os investimentos habituais…com poucas aberturas de Shoppings e novas lojas, o mercado limitou-se ao existente onde a procura de cross-selling foi tremendamente confrontada com concorrências desmedidas para sobreviver derivado á grande pressão dos compradores em obter os menores preços possíveis…o que levou a que despedimentos, cash-flows mais reduzidos, reajustamentos internos e estratégias futuras já a partir de 2011 em seguirmos para outros mercados (Espanha/Angola), façam parte dos projectos futuros da nossa empresa…com toda a certeza que baixar os braços após 2 anos de pouco ânimo e com um 2011 pouco atractivo no mercado Português, não faz parte da nossa filosofia…se aqui não dá mais, vamos lá fora…
Carlos Truta, Managing Director, Gateway Portugal

O ano de 2010, no sector dos lácteos e julgo que, na generalidade dos sectores de grande consumo teve 2 períodos bem distintos: os primeiros 3 trimestres em que se manteve um nível de consumo similar ao ano anterior embora com um crescente esmagamento de margens para a industria e o ultimo trimestre no qual assistimos a uma “travagem “ brusca nas vendas e um reforço da pressão da distribuição sobre as empresas industriais. Para 2011 antevemos a continuação de uma forte pressão quer pela baixa do rendimento disponível e consumo, pela continuação de uma tendência de alta da matéria-prima e de outros factores de produção, quer pelas barreiras, cada vez maiores, no acesso dos produtos ao consumidor. Os principais desafios passarão por conseguir ser relevante para o cliente e para o consumidor apresentando propostas diferenciadoras numa equação de valor interessante e atractiva. Do ponto de vista da economia nacional será muito importante evitar a asfixia das PMEs, principais geradoras de emprego e riqueza, através de um reequilíbrio de peso e capacidade negocial.
Clara Moura Guedes, Administradora-delegada da Saloio

O Mercado de Congelados continuou a ter taxas de crescimento consideráveis derivado de um aumento do número de refeições em casa e de uma maior aderência a soluções convenientes para essas mesmas refeições. A Iglo com um dinamismo considerável em termos de inovação relevante para os consumidores conseguiu crescer face ao ano anterior. Para 2011, é esperado um acentuar das tendências do consumidor já verificadas em 2010. O nosso programa de inovação vai-se manter bastante activo e o principal desafio é conseguir continuar a ser relevante para os nossos consumidores e clientes perante as dificuldades que são esperadas em termos de consumo em 2011.
Rui Braga, Director-geral da Iglo Portugal

O ano de 2010 foi absolutamente desolador para o comércio e restauração tradicional, base da nossa operação e que retraiu a uma taxa superior a 10 %, tendo como impacto na nossa organização um nível apreciável de perca de vendas, com a necessária reorganização de custos e processos de gestão. Quanto a 2011 a expectativa é muito negativa, dada a previsão de encerramento de um número significativo de unidades comerciais, acelerada pela ausência e mesmo retracção de financiamentos e créditos. Assim, os principais desafios serão virados á sustentabilidade do negócio, procurando ajudar o tecido empresarial do comércio e restauração tradicional na manutenção das suas actividades.
Carlos Martins, Director-geral do grupo Manuel Nunes

O sector onde operamos teve uma tendência de crescimento face às dificuldades das famílias em manter o mesmo número de refeições em restaurantes, ao mesmo tempo que se sente que o mundo dos alimentos congelados é sem dúvida uma óptima alternativa nas vertentes qualidade/diversidade/preço.
Para 2011 o maior desafio é sem duvida o sustentarmos a nossa quota de mercado. Envolvimento sempre muito grande com o mercado consumidor para em tempo muito reduzido responder às suas expectativas e continuar a merecer a confiança da nossa marca.
Manuel Tarré, Director-geral da Gelpeixe

Em 2010 entre mortos e feridos sobrevivemos e em 2011 embora possamos esperar o melhor deveremos estar preparados para o pior.
José António Rousseau, Consultor e Professor de Distribuição

2010 foi, para a nossa empresa, um ano de bastante procura motivada pelas imposições legais relativas ao SNC, alterações de IVA e certificação ERP.
2011 será um ano muito mais difícil, principalmente a partir de Março altura em que a certificação deve estar concluída em quase todos os clientes.
O grande desafio será conseguir explicar ás empresas que o ERP deve ser um motor de desenvolvimento de negócios, e que parar o investimento na customização e desenvolvimento dos seus sistemas de informação é o mesmo que investir em novos equipamentos mas continuar a utilizar os velhos métodos de trabalho sem qualquer ganho de produtividade.
Continuar o investimento em customização do ERP, e utilizá-lo assim para estabelecer vantagens competitivas, é o caminho certo para todas as empresas que acabaram de comprar o upgrade e portanto têm agora ferramentas de customização adequadas na sua empresa.
Pedro Rêgo, Director-geral da Sidinfor

O ano de 2010 foi de quebra de mercado nos segmentos dos Comerciais Ligeiros = 3,5t e dos Pesados, mas foi possível absorver estes impactos, já que estruturalmente a Iveco Portugal está organizada de forma a poder absorver uma realidade de quebra. Esperamos no entanto que 2010 seja um ano de recuperação embora ligeira, onde teremos o grande desafio de a manter viva e em boas condições a rede de concessionários Iveco e consequentemente os bons serviços aos nossos clientes finais.
João Martins de Almeida, Director-geral da Iveco Portugal

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