Distribuição FMCG Marcas

Conheça as opiniões dos profissionais: O que foi 2010. E o que será 2011? (Parte I)

Por a 19 de Janeiro de 2011 as 15:03

O ano 2010 foi objectivado com muita prudência e finalmente foi melhor que o previsto mais foi um ano duro a nível de evolução de resultados; finalmente positivo porque a situação nos obrigou a:
a) voltar a assegurar os básicos do nosso negócio e melhoramos muitas coisas a nível interno
b) melhorar processos internos e priorizar os nosso investimentos em projectos realmente prioritários
c) centrar-nos no que de verdade para nós é importante: os nossos clientes e os nossos colaboradores
Para o nosso sector foi mais um ano de concorrência muito forte e acho que no futuro teremos uma concentração a nível de empresas no sector; cada vez mais existem PME do sector que fecham por situação económica difícil.
Acho que o ano 2011 vai ser ainda mais duro devido à descida do poder de compra general.
Os desafios continuam a ser: centrar-nos em conhecer aos nossos clientes, assegurar e investir nos básicos do nosso negócio e prudência nos projectos de investimentos.
Andrés Osto, Director-geral do AKI Portugal

Nos sectores onde operam as empresas que constituem o Grupo JMV, cafés e vinhos, o ano de 2010 representou sobretudo a consolidação das nossas marcas.
Fruto da difícil conjuntura económica actual, o factor preço é naturalmente um dos primeiros critérios a ter em conta por parte dos consumidores. Apesar deste cenário, verificámos que o consumidor não pretende abdicar da qualidade nos produtos que escolhe, procurando produtos com “valor acrescentado” e preços competitivos.
A inovação e diferenciação numa oferta que apresente uma boa relação entre qualidade / preço, assim como a aposta no investimento / expansão internacional parecem-nos ser desafios importantes a ter em conta no novo ano.
Fernanda Vieira, Administradora da JMV – José Maria Vieira, SA
Em traços gerais o ano de 2010 termina positivamente para a nossa empresa.
Apesar das dificuldades e da indefinição económica que vivemos a forma como encarámos a conjuntura permitiu-nos garantir a nossa posição no mercado dos cafés.
Quanto ao sector viveram-se momentos de incertezas face ao aumento do preço das matérias-primas porém, conseguiu-se alcançar um certo equilíbrio minimizando aumentos consideráveis para o consumidor final das várias commodities, no nosso caso o café.
Para o próximo ano, que não se avizinha fácil, vamos manter a nossa atitude de trabalho diário, pois só assim é possível contornar as contrariedades que surjam.
Rui Miguel Nabeiro, Administrador do grupo Nabeiro-Delta Cafés

No sector da segurança electrónica continuamos a verificar uma procura de soluções, que permitam ás empresas proteger os seus assets.
Em relação à ADT Portugal, durante o ano de 2010, tivemos algumas dificuldades porque, principalmente no mercado de retalho, onde a nossa presença é mais efectiva sentiu-se uma retracção no investimento, que prevemos sofra alteração no ano de 2011 e que a ADT continue a ser o parceiro preferencial das principais empresas de retalho em Portugal.
João Ribeiro, General Manager da ADT Fire & Security
O Ano de 2010 colocou ao sector das Águas Minerais Naturais e de Nascente engarrafadas novas e maiores dificuldades, quer por via do consumo, quer pela alteração da estrutura da distribuição e do comportamento dos consumidores, com as marcas de distribuidor a exercerem um peso crescente e colocando aos produtores de marcas de fabricante novos desafios à sua capacidade de inovação e de criação de valor.
Pese embora o crescimento positivo acumulado em volume, a categoria continua a perder quota em valor muito por via da pressão das marcas de primeiro preço, mas, também, pela desastrosa política de promoções e desgaste de imagem dos diferentes players no On Trade.
A tudo isto haverá que juntar a gritante crise económica em que Portugal está mergulhado e que impõe a produtores e consumidores novas atitudes mas também cuidados redobrados.
Para 2011 estamos assim colocados perante dois cenários: inverter a tendência de destruição de valor do sector, no mercado doméstico; por outro lado, aproveitar as oportunidades de crescimento económico de alguns mercados externos para onde já exportamos, aproveitando, de igual modo, as potencialidades oferecidas por novos destinos e novos parceiros.
E como a necessidade aguça o engenho, na Mineraqua Portugal – Água Castello, apostamos, decididamente, na manutenção do crescimento por via da exportação, sem esquecer o contínuo aperfeiçoamento da estrutura da empresa, adaptando-a às exigências de contexto e preparando-a, também, para os desafios de um mundo em constante mudança.
Na Mineraqua Portugal o futuro, para nós, já começou.
Uma coisa é certa: muito trabalho é o que nos espera pela frente.
Jorge Henriques, Director-geral da Mineraqua Portugal

O ano de 2010 começou com uma dose de optimismo que se traduziu em negócios concretos até final de Abril, altura em que o agravamento da situação económica do país veio travar a vontade de investir em Portugal e regressámos à já anteriormente vivida atitude de “wait and see”. Foi simultaneamente um ano em que repensámos a forma de fazer negócios, nos desafiámos e crescemos.
Estamos conscientes do clima em que nos encontramos e de como isso vai afectar o próximo ano. Mas também estamos hoje melhor preparados para enfrentar as dificuldades decorrentes desta crise.
Sandra Campos, Partner Head of Retail da Cushman & Wakefield

O ano de 2010 foi difícil, com um aumento significativo do número de falências no comércio e um ambiente geral depressivo como reflexo da crise financeira e económica. A Situação melhorou no final do ano mas não permitiu recuperar as perdas acumuladas. Para 2011 prevêem-se ainda maiores dificuldades, com o aumento da carga fiscal para as empresas e famílias, aumento do desemprego e intensificação das restrições ao crédito por parte da banca e seguradoras. Vai ser um ano de clara recessão.
João Vieira Lopes, Presidente da CCP

O ano de 2010 foi um ano muito difícil, com especial destaque para o Canal Horeca.
No entanto, a força das nossas marcas, a diversidade do nosso portfólio, a qualidade dos nossos produtos e a capacidade e motivação das nossas equipas, permitiram realizar um ano globalmente positivo.
O grande crescimento das marcas Gazela, Esteva, Duque de Viseu e Vinha Grande, o renascimento da marca Grão Vasco, a excelente performance das marcas Mateus, Ferreira, Offley e Cutty Sark permitiram à Sogrape atingir práticamente todos os objectivos.
Prevemos continuar a crescer em 2011 e para tal a investir nas nossas marcas e nas nossas equipas, de forma a garantir o crescimento sustentado das nossas quotas de mercado.
Manuel de Sousa Pinto, Director-geral da Sogrape Distribuição SA.

O ano de 2010 para o sector de vinhos foi marcado pelo início de um ciclo de downgrade que certamente se prolongará nos próximos anos, sendo que em espirituosas este movimento já se tinha iniciado em anos anteriores.
Em ambos os sectores, a redução de stocks ao longo de toda a cadeia de abastecimento e o aumento do rigor no controlo de crédito foram vectores que ganharam importância crescente.
2011 não nos traz boas notícias – nem para os sectores que operamos, nem para os Portugueses em geral.
O rigor e a determinação serão necessariamente fundamentais, num ano que esperamos vincadamente marcado pela retracção, e consequentemente por um aumento da agressividade comercial entre todos os players.
Reduzir preços ou embarcar em guerras promocionais de curto prazo não serão certamente opções sustentáveis.
Cláudia Portugal, Directora-geral da PrimeDrinks

2010 foi um ano difícil para o país e para as empresas em geral, verificando-se uma descida acentuada dos níveis de investimento nos mais diversos sectores. A nível global, a Checkpoint Systems atingiu os objectivos propostos para 2010, ao acrescentar ao seu portfólio novas empresas, inclusive portuguesas, que apostaram eficazmente na implementação de novas soluções de RFID, Apparel Labeling Systems (ALS), CheckNet, entre outras.
Para os próximos doze meses, o nosso desafio é, sem dúvida, melhorar a eficácia e a competitividade dos nossos clientes, uma vez que o crescimento dos proveitos do sector do retalho, dificilmente, será através do aumento das vendas. Neste sentido, é nosso objectivo continuar a proporcionar às empresas soluções únicas e inovadoras que assegurem elevados níveis de eficiência e a redução de custos. “
Javier Huelamo, Country Manager da CheckpointSystems

O ano de 2010 representou a estagnação do volume de negócios à custa de mais investimento; representou também a reorganização da estrutura, adaptando-se não só ao actual momento, mas acima de tudo, ao ano de 2011 que prevemos muito mais complicado que 2010.
Mas representou também o reforço do investimento em inovação, sem a qual hipotecamos o futuro.
Para o próximo ano esperamos o agudizar da crise, com menos dinheiro disponível para o consumo, com o desvio de consumo das marcas para a MDD, e a intensificação da guerra de preços entre os operadores da distribuição.
Mas estaremos um ano mais perto de sair da situação de crise em que nos encontramos…
Álvaro Piteira, Director de Vendas e Marketing da Bonduelle Portugal

O ano de 2010 foi muito complexa e negativo. Ainda foram sentidos alguns pequenos sinais de recuperação, especialmente pela via do mercado internacional de produtos industriais. No entanto, o mercado interno, manteve uma elevadíssima pressão, motivada pela compressão do poder de compra e pela concorrência entre insígnias, numa luta feroz para a fidelização do consumidor e a manutenção das suas elevadas margens comerciais. Para 2011 as perspectivas são ainda mais sombrias com a previsão da descida do consumo dada a diminuição do rendimento disponível de alargados estratos da população.
Pedro Pimentel, Secretário Geral da ANIL

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