Destaque Distribuição Logística

Função de aprovisionamento cada vez mais estratégico para as empresas

Por a 20 de Dezembro de 2010 as 16:17

A segunda edição do Barómetro Supplier Relationship Management (SRM) – Gestão da Relação com Fornecedores recentemente efectuado, em parceria pela TNS-Sofres para a CSC, revela uma nova dimensão da função de compras: “o desempenho tornou-se muito mais crucial à medida que mais ferramentas se tornaram disponíveis para permitir maiores contribuições para a estratégia corporativa e para os resultados”.

O estudo que faz um ponto de situação e examina as tendências para os directores de aprovisionamento das grandes empresas europeias e norte-americanas e que analisa o papel e desafios da função de aprovisionamento (procurement) dentro da cadeia de distribuição, demonstra que a recente crise financeira alargou o âmbito da função de aprovisionamento. Como resultado, os compradores, que antes eram considerados apenas negociadores, estão a desempenhar um papel cada vez mais importante dentro da empresa agindo como especialistas capazes de propor soluções – como por exemplo, melhorias no processo de design dos produtos -, à direcção e aos clientes internos, bem como aos fornecedores.

Em termos práticos, “o papel mais complexo e estratégico dos directores de aprovisionamento implica um novo foco em tarefas de grande valor acrescentado como a negociação de contratos estratégicos, análise de despesas, marketing de aprovisionamento ou interacção com clientes”, salienta o estudo.

O Barómetro SRM também demonstra que os departamentos de aprovisionamento estão a fazer uma utilização generalizada de novas tecnologias para apoiar a importância crescente do seu papel e do próprio processo de compras. Por exemplo, os departamentos de aprovisionamento estão a adquirir cada vez mais ferramentas TI para optimizar o fluxo de trabalho e a automatizar o processo procure-to-pay.

A automação de processos transaccionais liberta os colaboradores de aprovisionamento que se focam em tarefas estratégicas de grande valor. Estes colaboradores têm vindo a implementar instrumentos de colaboração internamente e para comunicar com os fornecedores: a Internet e comunidades locais são a grande prioridade para 58% das empresas.

Além de automação transaccional, os gestores de aprovisionamento estão a aplicar outras tecnologias para disponibilizar informação essencial para a optimização do valor estratégico do seu departamento. e-Sourcing, monitorização da qualidade dos fornecedores (scorecard) e gestão dos ciclos de vida dos contratos, são exemplos notáveis de tecnologias de elevada actividade.

O estudo revela que a saúde e sustentabilidade dos fornecedores, especialmente na Europa, tornou-se uma das principais prioridades dos departamentos de aprovisionamento e é monitorizada pelo fortalecimento de parcerias com fornecedores chave (conforme indicado por 59% dos inquiridos). A quebra súbita na actividade económica, combinada com a contracção do crédito, resultou num número recorde de insolvências em 2008 e 2009. “Agora o objectivo é vigiar e gerir o risco identificado para prevenir quebras na cadeia de distribuição resultantes das quebras de negócio. Desta forma, 60% das empresas inquiridas acreditam que o relacionamento com os fornecedores está a evoluir”, refere o estudo da divulgado pela CSC.

Contudo, a redução de custos e a retenção de poupanças anteriormente conseguidas é uma das principais prioridades do departamento de aprovisionamento, um objectivo fortemente enfatizado enquanto as empresas emergem da crise económica. “A redução de custos é alcançada através da partilha de recursos, globalização de contratos, especialização de negócio de fornecedores de serviços especializados ou outsourcing de aprovisionamento de baixo valor acrescentado”.

Os contratos sustentáveis – que incorporam responsabilidade social corporativa no processo de compras – perderam importância no que respeita as prioridades do departamento de aprovisionamento em 2009. As empresas entrevistadas encaram as compras sustentáveis como uma necessidade que continua a ser difícil colocar em prática: 90% das empresas integrou o desenvolvimento sustentável como prioridade, mas apenas 7% acredita que alcançou este objectivo.

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