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Transporte Rodoviário de Mercadorias em quebra na Europa desde 2008

Por a 15 de Dezembro de 2010 as 15:01

Com base na informação mais recente disponível em termos da actividade de transporte rodoviário de mercadorias (ano de 2009), foram contabilizadas 15.184 milhões de toneladas de mercadorias transportadas na UE27, valor que representa uma diminuição de 1,9 mil milhões de toneladas face ao ano antecedente, revelou recentemente o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em Portugal, o quadro foi semelhante, assistindo-se a uma quebra de 35 milhões de toneladas entre 2008 e 2009, ano este no qual foram transportadas 259 milhões de toneladas de mercadorias por modo rodoviário.

Ao longo dos últimos quatro anos, a quota relativa de Portugal no contexto europeu em termos de toneladas transportadas por via rodoviária pouco oscilou, correspondendo a 1,9% em 2006 e 2007 e ainda a 1,7% em 2008 e 2009 do total de mercadorias transportadas na UE27.

No período de 2006 a 2009 a actividade de transporte rodoviário de mercadorias na UE27, avaliada em termos de toneladas transportadas, caracterizou-se por dois períodos distintos: entre 2006 e 2007 observou-se um incremento de 2,3% na actividade, que atingiu o seu auge em 2007 (17.246 milhões de toneladas transportadas); nos dois anos seguintes a tendência foi de retracção (-1,2% em 2008 e -10,9% em 2009), registando-se um mínimo de 15 184 milhões de toneladas em 2009.

A evolução nacional entrou em linha com o andamento europeu, assistindo-se a um dinamismo entre 2006 e 2007 (+0,9%), ano este em que se registou um máximo de 324 milhões de toneladas transportadas em Portugal, em oposição aos anos de 2008 e 2009, nos quais se observaram diminuições respectivas de 9,1% e de 12%.

No que se refere ao total de mercadorias transportadas de acordo com o tipo de propriedade do veículo, na UE27, ao longo dos últimos quatro anos predominou o transporte assegurado por empresas de serviços de transporte, ou seja, de transporte por conta de outrem (64,9% em 2006; 63,6% em 2009), enquanto que a importância do parque por conta própria evoluiu de 35,1% em 2006 para 36,4% em 2009.

Em Portugal o comportamento foi distinto, assistindo-se “a uma importância crescente do parque por conta de outrem face ao parque por conta própria no decurso dos últimos quatros anos”, refere o INE. De facto, “se em 2006 pouco mais de metade das mercadorias (avaliadas em toneladas) eram transportadas pelo parque por conta de outrem, em 2009 este parque assegurava já 59,1% do total de mercadorias movimentadas por modo rodoviário”, conclui a entidade estatística nacional.

Tanto na UE27 como em Portugal foi notório um predomínio de tráfego nacional em termos de toneladas transportadas, representando mais de 90% do tráfego total de 2009 em ambos os territórios. Não obstante, nesse ano, a proporção de mercadorias transportadas em Portugal ao nível de tráfego internacional (8,4%) situou-se 2,5 p.p. acima da registada na UE27. Entre 2006 e 2009 assistiu-se a uma redução de 1 p.p. na proporção de mercadorias movimentadas em transporte internacional em Portugal. Em oposição, na UE27 ocorreu uma ligeira substituição (0,3 p.p.) de tráfego nacional para tráfego internacional entre 2006 e 2009.

No que respeita às actividades internacionais fora do País onde a empresa de transporte rodoviário de mercadorias tem a sua sede, observou-se uma importância superior destas práticas por parte das empresas portuguesas face à UE27 entre 2006 e 2008. De facto, neste período, as actividades de tráfego internacional realizadas por empresas portuguesas entre dois países que não Portugal (tráfego terceiro), conjuntamente com as iniciadas e acabadas num mesmo país que não Portugal (cabotagem) totalizaram uma proporção sempre superior a 24%; todavia, em 2009, decaíram para um peso relativo de apenas 17%.

“Note-se que este decréscimo ocorreu principalmente em resultado da diminuição das operações de cabotagem que, em 2009, se reduziram para menos de metade da proporção de 2008, tendo o tráfego terceiro denotado um aumento relativo de 1,4 p.p. Pelo contrário, na UE27 assistiu-se a uma manutenção da importância destas práticas, as quais em 2006 agregavam 18,6% do tráfego internacional total e em 2009 representavam 18,8%”, salienta o INE.

A análise do transporte internacional de mercadorias revela um aumento da dependência do nosso país face ao exterior porquanto o rácio entre as mercadorias carregadas e descarregadas em Portugal se tornou mais desfavorável em particular nos últimos 2 anos. Com efeito, ao passo que em 2006 por cada 1000 toneladas de mercadorias descarregadas em Portugal eram carregadas 1065 toneladas, em 2009 a situação inverteu-se, tendo sido descarregada uma tonelagem superior de mercadorias face à carregada (969 toneladas de mercadorias carregadas por cada 1000 toneladas de mercadorias descarregadas). No contexto da UE-27 observou-se uma relativa estabilidade deste rácio entre 2006 e 2009, o qual se apresentou sempre superior a 100%, revelando a existência de transporte rodoviário de mercadorias (em toneladas) superior para fora do espaço comunitário, face às entradas.

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