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Os factores-chave do retalho em 2011

Por a 23 de Novembro de 2010 as 12:45

Segundo o estudo European Retail – 10 Key Drivers for 2011 da consultora imobiliária global Cushman&Wakefield (C&W), as taxas de desocupação e a oferta – em particular de centros comerciais – serão os factores mais importantes do mercado de retalho e do seu desempenho em 2011. O estudo lançado na feira internacional de imobiliário MAPIC, em Cannes, analisa os 10 factores chave que terão impacto, tanto positivo como negativo, na previsão do mercado de retalho europeu no próximo ano.

Divergência ou polarização é o segundo factor chave referido no estudo, salientando-se que, perante uma retoma económica divergente em toda a Europa, irão existir grandes diferenças de desempenho entre mercados de retalho – uns deverão registar uma evolução positiva enquanto outros terão um crescimento mais lento.

A abertura de centros comerciais deverá continuar em níveis baixos pelo menos durante os próximos dois anos, o que irá sustentar as rendas para os melhores centros, uma vez que os retalhistas vêem as suas opções reduzidas e são forçados a considerar a oferta existente.

Marta Leote, associate e directora do departamento de research e consultoria da Cushman&Wakefield em Portugal, refere que “o mix correcto de condições de financiamento, níveis de consumo e indicadores de confiança no negócio é vital para criar um ambiente global no qual a retoma possa ocorrer. O ano de 2011 assistirá, no geral, a uma redução de espaços de boa qualidade e será interessante observar a rapidez de reacção dos retalhistas e promotores a esta situação”.

A responsável da consultora imobiliária global acrescenta ainda que, “embora se preveja uma manutenção da situação de menos consumo em 2011, prevê-se em geral um aumento da procura de retalhistas, depois de dois anos de relativa inactividade. No entanto, com os custos de entrada a aumentarem, os retalhistas estarão mais atentos às suas margens e mais conscientes do que nunca em direccionar os seus esforços para assegurar a melhor localização possível.”

No geral, a procura de retalhistas continuará a ser cautelosa e selectiva, mas com menos opções de novos espaços, irá assistir-se assim a uma maior competição pelas melhores localizações. Por esta razão o mercado prime será a base da retoma assim que esta se iniciar. O mercado secundário, seja definido pela dimensão ou qualidade dos projectos, continuará fragilizado em 2011 e prevê-se que demore significativamente mais tempo a recuperar.

Os 10 factores-chave do mercado de retalho europeu para 2011

Oferta – A oferta reduzida de espaços prime que já se começa a sentir, será um factor-chave para o mercado em 2011.
Produto interno bruto
– Enquanto os factores principais para a retoma económica são o comércio e o investimento, evitar uma recessão dupla é o 2º factor mais importante para o retalho em 2011. As previsões apontam para um aumento da polarização na Europa.
Preço
– Os custos ocupacionais estão mais reduzidos desde a queda do valor das rendas em 2008/2009, no entanto estão a surgir outras pressões para os retalhistas, como o aumento dos preços das matérias-primas e transporte.
Emprego
– A flexibilidade dos mercados laborais continuará a ser fundamental para o retalho em 2011. As taxas de desemprego estabilizaram na maioria dos países, no entanto no próximo ano estas taxas poderão aumentar, caso a capacidade de recuperação do sector privado não consiga compensar os cortes nos empregos do sector público.
Financiamento
– Espera-se que o facto de as taxas de juro continuarem baixas por mais algum tempo ajude as empresas bem como os consumidores em 2011. A tendência mais significativa para 2011 é o crescimento progressivo do interesse por parte dos bancos em financiar empresas e, possivelmente, consumidores.
Vendas no retalho
– Prevê-se a continuação de uma retoma irregular. Estima-se que os retalhistas que vendem produtos de valores baixos continuem a evoluir positivamente, tendo em conta o efeito recessivo nos consumidores das medidas de austeridade aplicadas um pouco por toda a Europa.
Medidas de austeridade
– A contenção do crescimento poderá atrasar a retoma em algumas áreas. Nos mercados onde o aumento de impostos tem um peso maior que o corte de despesas, o impacto no retalho em 2011 será necessariamente mais penalizador.
Regulamentação
– Uma questão delicada que não pode ser ignorada. As alterações regulamentares irão ter um impacto crescente em 2011, em especial porque os retalhistas procuram ajustar as alterações na contabilidade dos contratos de arrendamento, agendadas para 2012 ou 2013.
Procura
– A procura por parte dos retalhistas continuará a ser cautelosa e selectiva, mas com menos opções de novos espaços. Haverá uma forte competição para as melhores localizações.
Demografia
– A mudança no perfil demográfico da população europeia, cada vez mais envelhecida, será um ponto critico para o futuro do mercado de retalho europeu. No entanto, o impacto imediato no sector será subtil, sendo mais direccionado para o planeamento do negócio futuro do que nos padrões de actividade a curto prazo.

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