Destaque Distribuição

Lucros da Jerónimo Martins sobem 40%

Por a 28 de Outubro de 2010 as 10:12

Quando no início do mês de Outubro, Pedros Soares dos Santos, administrador-delegado do grupo Jerónimo Martins, admitiu, em entrevista à agência Reuters, que a companhia iria ter “resultados recorde em 2010” e que o objectivo era atingir “mais de oito mil milhões de euros em vendas”, os resultados divulgados hoje (Quinta-feira) colocam o retalhista português cada vez mais próximo destes dois objectivos.

O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos fechou os primeiros nove meses do ano com mais 1,015 mil milhões de euros de facturação em relação a período homólogo, atingindo os 6,333 mil milhões de euros, representando um crescimento de 19,1%, superando, assim, as melhores estimativas avançadas pelos analistas.

O EBITDA do grupo aumentou 23,6%, passando de 373,7 para 461,9 milhões de euros, tendo a dívida líquida diminuído em 26,8% para os 571,5 milhões de euros contra os 780,9 milhões de euros de há um ano.

Em comunicado, a JM refere que “todos os formatos de distribuição alimentar do grupo apresentaram, nos primeiros nove meses do ano, um desempenho sólido e acima do sector, permitindo o reforço das respectivas quotas de mercado”. No acumulado dos nove meses, as vendas do retalho, quer na Polónia quer em Portugal, registaram crescimentos de dois dígitos (+29,6% e +10,5%, respectivamente), o que traduz, segundo o grupo, “a boa resposta dos consumidores às propostas de valor das insígnias de Jerónimo Martins”.

De resto, as contas da JM indicam que a operação em Portugal (retalho alimentar, grossista + Madeira) facturou 2,835 mil milhões de euros, representando o retalho em Portugal 34,6% do total das receitas do grupo, enquanto a operação do Recheio pesa 8,6% e a Madeira 1,6%.

Natural destaque para a operação polaca, onde a Biedronka aumentou o seu peso nas contas do grupo liderado por Pedros Soares dos Santos, passando de 50,3 para 54,7% das receitas globais da companhia. Isto deve-se ao facto das vendas da insígnia da Joaninha terem aumentado em 29,6%, passando de 2,674 para 3,466 mil milhões de euros.

Referência ainda para o facto de no período em análise (9 meses de 2010), a Biedronka ter absorvido 65,8% do total de 288,9 milhões de euros investidos pela Jerónimo Martins, preparando-se para, segundo avança no comunicado, “concentrar no quarto trimestre o maior número de novas aberturas”, estimadas em cerca de 80 lojas.

Para Pedros Soares dos Santos, “todas as áreas de negócio atingiram fortes resultados e fortaleceram as suas quotas de mercado. Acreditamos que o grupo está bem preparado para garantir o seu crescimento, sem prejuízo da atenção que mantemos em relação à envolvente macro-económica e competitiva. Este sólido desempenho reforça a nossa confiança em atingir, no final do ano, um crescimento de vendas a dois dígitos, superado pela evolução dos resultados”.

Para esta performance nestes primeiros nove meses de 2010, a JM destaca a contribuição “decisiva” dos 8,7% de crescimento like-for-like (LFL) das vendas do grupo, a expansão do parque de lojas alimentares, que encerrou o período em análise com mais 136 pontos de venda do que nos primeiros nove meses de 2009 (127 das quais na cadeia Biedronka) e a valorização de 9,1% da taxa de câmbio média do zloty em relação ao euro.

Quanto ao terceiro trimestre do actual exercício, a JM obteve um aumento de 18,2% nas receitas, fazendo com que estas passassem de 1,938 para 2,290 mil milhões de euros, com os lucros a aumentarem 40,3% para os 92 milhões de euros contra os 66 milhões de euros obtidos há precisamente um ano.

No terceiro trimestre de 2010, o retalho em Portugal e a Biedronka, em conjunto, representaram 86,5% das vendas consolidadas do grupo, tendo as vendas totais crescido, respectivamente, 12,6% e 25,5% (20,0% em moeda polaca).

Em Portugal, os supermercados Pingo Doce conseguiram obter um crescimento LFL de 9,1% no acumulado dos três primeiros trimestres, com o cabaz médio do Pingo Doce a registar uma inflação de 1,8% no terceiro trimestre deste ano. A companhia destaca, contudo, que no comparativo com os primeiros nove meses do ano anterior, “verifica-se ainda uma inflação negativa naquele cabaz de -0,5%”.

De resto o retalho em Portugal aumentou as receitas em 13,5%, atingindo os 790 milhões de euros no final do terceiro trimestre, apesar do peso das vendas nacionais desta área ter descido no global da contas, valendo agora 34,5% do total, contra os 36% de há um ano.

Desde o início do ano, o Pingo Doce abriu seis lojas (três no terceiro trimestre) e realizou 18 remodelações, das quais 10 em antigas lojas Plus e duas relativas à conversão de hipermercados. A área de venda da cadeia aumentou mais de sete mil metros quadrados (m2) face a igual período de 2009.

No que diz respeito à operação grossista, o Recheio obteve, no terceiro trimestre de 2010. Comparando com igual período de 2009, o Recheio conta actualmente com mais três lojas, uma das quais abertas no terceiro trimestre (Vila Franca de Xira), e mais 8.491 m2 de área de venda.

Na Madeira, onde o grupo tem 13 supermercados Pingo Doce e duas lojas Recheio, num total de 14.253 m2 de área de venda, as vendas totais no terceiro trimestre atingiram os 40 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 13,7% face aos 35 milhões de há um ano.

De referir que o grupo Jerónimo Martins terminou os primeiros nove meses de 2010 com 348 lojas no retalho português, 38 grossistas, 15 lojas na Madeira e 1.559 pontos de venda na Polónia.

Em relação à área de venda, o retalho em Portugal ocupa 436.317 m2, o Recheio 122.900 m2 e na Madeira a JM possui 14.253 m2 de área de venda. Já na Polónia, a Biedronka terminou estes três trimestres de 2010 com mais de 880 mil m2.

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