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“Retalhistas reagiram mais rapidamente à crise que fabricantes”

Por a 26 de Outubro de 2010 as 19:05

*em Berlim

Com o título “What does the future hold for retailers?” (numa tradução livre – O que é que o futuro guarda para os retalhistas), houve duas ideias chave deixadas por Martin Sorrell, CEO do grupo WPP: a primeira é que a transparência é fundamental no futuro de qualquer negócio; a segunda é que os retalhistas conseguiram antecipar-se aos fabricantes e sair mais rapidamente da crise.

Se no primeiro caso, Sorrell foi claro ao afirmar para “não se ter medo dos consumidores debaterem, discutirem, falarem de qualquer assunto relacionado com uma marca ou empresa”, fazendo com que as pessoas “tenham a percepção de que a empresa não tem nada a esconder”, lembrando o recente episódio da BP no Golfo do México, no segundo caso, “as evidências falam por si”, salientou Sorrell.

Congratulando os retalhistas pela reacção que demonstraram em relação às alterações nos comportamentos dos consumidores durante a crise, destacando que “os retalhistas reagiram muito mais rapidamente a estas mudanças que os fabricantes”, o CEO do grupo WPP admitiu, também, que os retalhistas conseguiram-no, “porque estão mais perto do consumidor”.

“Essa é a grande vantagem do retalhistas”, salientou Sorrell. “O retalhista tem maior controlo sobre o consumidor, já que tem a percepção da loja como um todo, enquanto o fabricante só se preocupa com a categoria em que se insere o seu produto e não com a globalidade da loja”. Além disso, Sorrell destacou também o facto de “ser o retalhista que está em contacto permanente com o consumidor e não o fabricante”, residindo neste aspecto a “a vantagem da marca própria do retalhista, uma vez que neste caso é ele que controla todo o processo”

Em relação aos dados dos consumidores, Ian Cheshire, CEO da Kingfisher, salientou o facto das empresas podem retirar grandes vantagens, mas que terão de ser trabalhados de forma analítica. Por exemplo, inovação e diferenciação, incluindo o desenvolvimento de produtos de marca própria – ajuda o negócio contra a ameaça e flutuação das matérias-primas, bem como na comparação de preços.

Reconhecendo que o consumidor terá “um papel mais relevante no desenvolvimento dos produtos do futuro, dos serviços e conceitos de retalho”, Cheshire referiu que “até agora temos sido os donos da escolha. A partir de agora, iremos assistir a um processo de maior colaboração”, somando Matt Rubel, CEO e presidente da Collective Brands, que “trazer a comunidade para a nossa marca poderá ser a loja do futuro”.

Esta quantidade enorme de informação disponível é, na opinião de Launa Inman, CEO da australiana Target, “tanto um desafio como uma oportunidade, já que com o crescimento da Internet o consumidor está atento e conhece novas tendências”.

Martin Sorrell concluiu que “qualquer retalhista que julgue que controla a relação com o consumidor está errado”, a sessão terminou com a seguinte conclusão: “o tempo do ‘either’ e do “or” terminou. Estamos no tempo do ‘and’”.

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