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Regressam fusões e aquisições no retalho alimentar europeu, antevê JP Morgan

Por a 18 de Outubro de 2010 as 15:52

De acordo com a análise realizada recentemente por dois analistas da JP Morgan, a indústria do retalho alimentar na Europa registará o regresso de fusões e aquisições. Num relatório que inclui 12 retalhistas – Carrefour, Ahold, Tesco, Jerónimo Martins e Sonae, entre outros -, os dois analistas da JP Morgan, Matthew Truman e Paul Diamond, concluem que os retalhistas terão de “responder às movimentações dos fabricantes que estão a ganhar escala e a reforçar o alcance global”.

Truman e Diamond admitem que as “compras iniciais” estarão prestes a serem conhecidas, adiantando que a oferta feita pela Wal-Mart pela sul-africana Massmart “é indicativo do que virá no futuro”.

“A venda da operação do Carrefour na Ásia deverá ser o passo seguinte nos próximos meses e as perspectivas de alguns negócios nos EUA e Europa do Leste ficarem disponíveis à medida que o consumo diminui reforçam esta tendência”. Os analistas estacam ainda as operações de retalho alimentar do Carrefour e Metro na Europa do Leste como “oportunidades para aumento de escala para algumas companhias”.

“Acreditamos que a concorrência já saturada nalguns mercados e a motivação para aumentar a exposição em mercados emergentes, devido à estagnação do crescimento no Ocidente, deverá trazer de volta o tema das fusões e aquisições. Claramente, não esperamos que as private equities sejam um players a ter em conta, dada a escala do actual mercado e sinergias que essas mesmas escalas proporcionam, mas sim uma consolidação da indústria do retalho”.

Perspectivando um “panorama positivo” para o sector do retalho alimentar europeu, os dois analistas referem que, “apesar da evolução negativa em 8% no year-to-date, os dados de que dispomos apontam para uma recuperação, já que o sector irá beneficiar dos ciclos de inflação, actividade das fusões e aquisições, aumento da exposição dos mercados emergentes e um desenvolvimento em tendências de crescimento e, por isso, revisões de resultados positivas”.

De referir que no caso do mercado português mantém-se a dúvida do que será feito, caso sejam colocadas à vendas, das cerca 520 lojas do Minipreço, existindo analistas que admitem que não há no mercado um único operador capaz de avançar com a compra total da operação dos franceses do Carrefour no nosso País.

Na análise feita, Ahold Carrefour, Casino, Booker, Metro e Tesco mereceram uma avaliação “overweight” por parte dos dois analistas, enquanto Colruyt, Jerónimo Martins e Sainsbury foram avaliadas como “underweight”. Já Delhaize e Sonae merecem uma classificação de “equal weight”.

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