Destaque Distribuição

“Mais emprego, mais impostos, consumidores mais satisfeitos e melhores preços”

Por a 1 de Outubro de 2010 as 16:31

“Mais emprego, mais cobrança de impostos, consumidores mais satisfeitos e melhores preços”. Estes foram os efeitos apontados pelo presidente da APED, caso o alargamento dos horários das grandes superfícies seja promulgado e as câmaras municipais autorizarem todas.

Não querendo opinar sobre a promulgação pelo Presidente da República, Luís Reis deixou os seguintes números: “caso a lei seja promulgada, o primeiro efeito será a criação de 3.000 a 4.000 empregos líquidos no primeiro ano. E nos próximos cinco anos, serão criados entre 7.000 e 8.000 empregos líquidos”.

E ficou a certeza: “Como a APED tem uma cara e um rosto e tem esta prática de vir ao mercado reportar os seus números e não usá-los para efeitos políticos, ter-me-ão aqui no próximo ano para verificarem se esses empregos foram ou não criados. Isto se todas as Câmaras autorizarem as aberturas”.

Os segundo e terceiro efeitos apontados por Luís Reis, caso a Lei for promulgada, é o aumento da cobrança de impostos e um consumidor melhor servido, fazendo referência ao estudo da Universidade Católica que indicou que 70% da população portuguesa desejar as grandes superfícies abertas aos domingos e feriados à tarde, salientando que “as pessoas desejam fazer as suas compras quando querem”. Além disso, o presidente da APED fez ainda referência às 253.000 assinaturas entregues na Assembleia da República para justificar o desejo dos consumidores portugueses.

Por último, o quarto efeito apontado por Luís Reis é a uniformização da concorrência e, assim, “mais e melhor concorrência, o que significa melhores preços e melhores serviços”.

Mas além da criação de emprego, presidente da APED destacou ainda o facto da Distribuição Moderna ser um sector que “qualifica os seus funcionários, que lhes dá formação e onde também ao contrário de alguns mitos, 67% dos funcionários têm contrato efectivo, número que tem aumentado de ano para ano”.

Fazendo referência ao facto de a APED representar a “Distribuição Moderna e não a Distribuição Grande”, os dados do Ranking da APED mostram que somente 1/3 das empresas que constituem o sector são de base alimentar, ficando os outros 2/3 entregues a empresas de conceito não alimentar.

Quanto ao futuro e, mais concretamente, ao impacto que as medidas recentemente anunciadas pelo Governo de José Sócrates poderão ter no sector, o presidente da APED passou a imagem de “prudência”. Ou seja, salientando que o sector da Distribuição Moderna em Portugal não será afectado todo da mesma maneira, Luís Reis salientou que “em 2008, especialmente em 2009 e em 2010, já se vivia um ambiente de crise económica declarada em Portugal”. Destacando que o sector conseguiu “ demonstrar uma considerável resiliência face às dificuldades económicas, tendo sido um sector que continuou a demonstrar crescimento em 2009 e, apesar de não termos números consolidados de 2010, não há nada que nos indique que 2010 não será muito diferente de 2009”, Luís Reis adiantou que o sector foi capaz de atenuar as medidas e servir como “barreira entre elas e o consumidor”. Ou seja, “muitos dos ganhos de produtividade e de eficiência que o sector conquistou ao longo dos anos, são passados para o consumidor final e é o consumidor final que mais tem ganho com uma Distribuição Moderna eficiente e comparável à melhor que existe no mundo”.

Destacando a corrente que admitia que os portugueses que conservaram o seu emprego viveram melhor em 2009 e 2010, devido à baixa das taxas de juro e dos preços dos combustíveis, o presidente da APED não quis deixar esquecida a baixa dos preços dos produtos alimentares ao longo do último ano.

Para 2011, e com um discurso sempre marcado pela “prudência”; Luís Reis admitiu não saber como é que o sector irá reagir ao aumento do IVA de 21 para 23%. “O que posso dizer é que o sector continuará a ser capaz de passar para os consumidores uma parte substancial dos seus ganhos de eficiência e produtividade. É evidente que, se as pessoas têm menos rendimento, seria imprudente admitir que não terá qualquer impacto no consumo”.

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