Cooperativa de Borba quer duplicar exportações com nova adega
A Adega de Borba vende actualmente 15% dos vinhos no mercado externo e prevê duplicar as exportações a médio prazo com uma nova adega, já em construção e que vai permitir aumentar a qualidade e a produção.
Segundo Manuel Rocha, CEO da Adega Cooperativa de Borba, em declarações à Lusa, a nova adega ficará concluída a tempo de entrar em funcionamento na vindima de 2011, num investimento de 11,6 milhões de euros.
O edifício vai ocupar 14 hectares, a cerca de 200 metros das actuais instalações da empresa, às quais ficará ligado por uma caleira.
“A adega já vende para cerca de 30 países. A ambição é reforçar as exportações e penetrar em países onde a nossa presença ainda não é aquela que gostaríamos de ter”, explicou Manuel Rocha, indicando os casos do Reino Unido, Alemanha, EUA, Angola e Brasil.
Isto, salientou, “nunca esquecendo os países asiáticos, onde as oportunidades de crescimento são muito grandes”.
“Actualmente, temos uma exportação que vale 15% das vendas. Gostávamos muito de duplicar este valor dentro de três a cinco anos”, revelou o CEO.
Quanto às inovações da futura adega, Manuel Rocha destacou o processo tecnológico de produção do vinho e processamento da uva, que vai permitir produzir vinhos “com qualidade média muito superior” à actual, já de si “elevada”.
“Isto vai dar-nos argumentos para podermos discutir o mercado com os principais produtores de vinho do mundo, como o Chile, EUA, França, Itália, Espanha, Austrália e Argentina”, acrescentou.
Com as novas instalações, o procvessamento de uva aumenta para 1.500 toneladas por dia, em vez das actuais 700.
O empreendimento é financiado maioritariamente por capitais próprios da empresa (60%) e o restante por fundos comunitários, através do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
O projecto da nova adega é assinado pelo arquitecto Rogério Cavaca e apresenta várias soluções inovadoras em termos ambientais, nomeadamente a adopção de uma cobertura ajardinada para todo o edifício, o que, devido às particularidades térmicas, permitirá “poupanças energéticas significativas”.
A infra-estrutura vai também ser aproveitada para o enoturismo, sendo instalado na cobertura um espelho de água e uma esplanada, permitindo “desfrutar da paisagem do Alentejo”.
A adega de Borba, que vende anualmente 1 milhão de caixas de 9 litros de vinho, reúne cerca de 280 viticultores, que cultivam uma área de vinha de 2.200 hectares (75% uvas tintas e 25% brancas) nos concelhos alentejanos de Borba, Estremoz e Vila Viçosa.
Fundada em 1955, foi a primeira de um conjunto de adegas cooperativas constituídas no Alentejo.
*COM LUSA