Opinião

Ideias para conter quebras no Verão e manter a satisfação dos consumidores

Por a 19 de Julho de 2010 as 9:44

Com a chegada do Verão, aumenta a preocupação de fornecedores e retalhistas com o incremento do furto dos artigos típicos da estação, em particular de óculos, protectores solares, bronzeadores, toalhas e calçado de praia, fatos-de-banho, cosmética e preservativos.

Grande parte dos produtos de cosmética e parafarmácia constam da lista dos artigos com maior índice de furto, de acordo com os dados do último Barómetro Global do Furto no Retalho, referente a 2009. De facto, a perda desconhecida nesta categoria de produtos atinge 1,77% das vendas.

Este dado comprova os efeitos nefastos da crise económica sobre o poder de compra. Felizmente, a maioria dos retalhistas já adoptaram medidas para proteger os artigos em exposição, de forma a não limitar a venda por impulso imprescindível para assegurar as margens num contexto de recessão.

Aqui ficam alguns cuidados a observar que por certo podem contribuir para a protecção eficaz dos artigos e por conseguinte na preservação das vendas e respectivas margens:

1.º – Utilizar sistemas “inteligentes”: Muitos retalhistas têm dúvidas na aquisição de equipamentos “inteligentes” devido ao custo que representam. No entanto, ter em consideração que a informação pode adicionar elementos complementares de controlo, poderá gerar maior conhecimento e, portanto, mais eficácia na prevenção das quebras;

2.º – Formação dos colaboradores: A aquisição de equipamento tem de ser acompanhada de um plano de formação interna. De nada serve ter bons sistemas se internamente não conseguem interpretar os dados disponíveis;

3.º – Proteger os produtos mais caros ou aqueles que têm maior índice de furto: Parece óbvio, mas é essencial conseguir determinar os produtos prioritários que devem ser protegidos através de uma hierarquização dos “hot products”;

4.º – Manter-se vigilante: Após a instalação de soluções anti-furto, os responsáveis de segurança das cadeias retalhistas têm de continuar a ter uma atitude de vigilância complementar dos artigos protegidos, uma vez que a luta contra o furto é feita a longo-prazo;

5.º – Promover programas de protecção na origem: Quanto mais artigos protegidos chegarem aos lineares, mais se vendem. Por isso, convém sensibilizar todos os intervenientes na cadeia de abastecimento de que incrementando a segurança dos produtos antes destes atingirem o linear, conseguem uma maior exposição dos mesmos nas lojas e assim rentabilizar a venda por impulso, ao contrário do que sucede com os artigos expostos em vitrinas fechadas;

6.º – Analisar a quantidade das medidas de protecção: Não é a quantidade de soluções instaladas que proporciona a redução do furto. O essencial é implementar as soluções mais apropriadas em função do estabelecimento e dos artigos de venda-livre a proteger;

7.º – Manter o ambiente de compra agradável: A protecção dos artigos não deve constituir um obstáculo a uma boa experiência de compra, por parte do consumidor. Pelo que é fundamental não intervir com o design da loja e da embalagem dos produtos;

8.º – Verifique o círculo de decisão do shoplifter “profissional”: Ter sempre presente a capacidade de resposta do shoplifter, sobretudo se for “profissional”, e saber, constantemente, como é que se move: o tipo de estabelecimento, o linear, a saída e, por último, a capacidade de resposta do retalhista;

9.º – Verificar também o mesmo círculo para os colaboradores internos: Considerando que em Portugal as quebras de origem interna representam 27,9% e nesta época há mais rotação de pessoal;

10.º – Participar em acções de sensibilização social: Sensibilizar a sociedade contra o furto, através da participação em campanhas que alertam para o perigo de adquirir artigos furtados.

Não é por certo um salvo-conduto para erradicar um problema, que no final afecta a todos (consumidores incluídos), mas um cuidado sistemático com alguns detalhes propícios da época, podem por certo ajudar a melhor desfrutar desta previsível (e esperada) época de melhoria dos proveitos.

Paulo Borges – Director de marketing da Europa e LAM da Checkpoint Systems

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