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O mais importante é …

Por a 7 de Julho de 2010 as 11:00

Se falar com o seu director comercial, este vai dizer-lhe que o mais importante é o cliente porque um cliente satisfeito é um cliente fidelizado. Já para o seu director de marketing o importante é a marca, e estabelecer uma relação afectiva com os consumidores. Se porventura falar com o seu director financeiro, ele dir-lhe-à que o importante é manter os rácios financeiros da empresa saudáveis e não comprometer as margens de lucro. Se falar com o director de recursos humanos então o importante são as pessoas, e por aí em diante…

Mas então o que é mais importante para a organização? O mais importante tem de ser o produto! Afinal se o produto for verdadeiramente bom o cliente é fiel, os consumidores terão uma relação especial com a marca, os indicadores financeiros serão saudáveis e os seus colaboradores terão prazer em trabalhar com um produto que os inspira.

Se analisarmos as melhores empresas em cada sector encontramos um denominador comum: a obsessão que têm com os seus produtos. A Google não factura 23 mil milhões porque coloca muito ênfase na marca, ou porque se preocupa em respeitar rácios financeiros. A obsessão que dedicam ao seu o motor de pesquisa faz com que seja de longe o mais utilizado em todo o mundo. E até é oferecido gratuitamente! Primeiro preocuparam-se em ter um produto de excelência, só depois se preocupam com formas de o rentabilizar. Se não tivessem uma tão vasta base de utilizadores, este modelo de negócio nunca teria sido possível. E se o produto não fosse realmente superior à concorrência nunca teriam tão vasta base de utilizadores. Pensar no produto primeiro! Tudo o resto surge depois.

Uma concepção errada que existe é que o primeiro a chegar ao mercado, vence. Errada porque a história nos mostra que produtos realmente bons que chegam ao mercado mais tarde vencem na mesma: Google (Altavista, Lycos), iPhone (Blacberry, Palm) ou Wii (Playstation, Xbox). E também porque existem vantagens em ser o segundo a chegar ao mercado. Nomeadamente em aproveitar os investimentos já efectuados pela empresa pioneira, a educar o mercado para o produto e para os seus benefícios, a desenvolver infra-estruturas e canais de distribuição e, sobretudo, a nível de I&D. Os custos de implementação estratégica depois de ter todo este conhecimento sobre o mercado são inferiores aos custos de inovação que a empresa pioneira tem que incorrer para criar o mercado. E existe também um risco associado à criação de um novo mercado que os segundos já não correm porque apenas entram no mercado se este realmente demonstrar ser atractivo.

Portanto, qualquer que seja o seu mercado, ele está aí à sua mercê. Basta interiorizar que o mais importante é o produto.

Pedro Fernandes, Marketing Officer da Edigma

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