Distribuição ainda tem espaço para crescer em Portugal
Portugal ainda apresenta potencial de crescimento na distribuição organizada, revela Eduardo de Lemos, manager da consultora A.T. Kearney em Portugal.
E explica: a quota de mercado dos retalhistas de base alimentar no nosso País não vai além dos 66% enquanto em alguns países do Norte da Europa a cifra atinge 80%.
“Há espaço para a consolidação da actividade retalhista no mercado nacional”.
Apesar disso, explica, há limitações legais (quota de mercado dos operadores, dificuldade no licenciamento e a abertura das grandes superfícies aos Domingos à tarde e feriados) que impedem o crescimento de alguns formatos em Portugal, nomeadamente da Sonae MC e da Jerónimo Martins.
Além dos impedimentos legais, impõem-se outras questões como o Know-How e posicionamento dos operadores.
Por exemplo, o Carrefour colocou há mais de dois anos a operação do Dia/Minipreço em Portugal à venda e ainda não conseguiu alienar o negócio.
“Não é necessário apenas dinheiro para investir é preciso ter conhecimento e experiência para explorar estas lojas, este formato. Apesar de ter vontade de entrar em Portugal, estas lojas não têm interesse para a Mercadona que procura unidades com 1.500 metros quadrados e em zonas urbanas”, explica José I. Nieto, vice presidente da consultora.
Há mais operadores espanhóis a piscar o olho ao mercado nacional, “querem seguir as pisadas do Corte Inglés que tem tido sucesso”, sublinha Nieto, acrescentado que o crescimento da distribuição em Portugal será feito com “pequenas aberturas e não grandes aquisições”.
O nosso país tem ainda de estar preparado para a entrada de retalhistas dos mercados emergentes, que vão utilizar Portugal como plataforma de entrada na Europa, como o Brasil, por exemplo.
“Os operadores dos mercados emergentes estão a preparar-se para a entrada de retalhistas internacionais, fortalecendo as operações locais e encerrando lojas pouco rentáveis, e ao mesmo tempo, a desenhar estratégias para vir para a Europa”.