Logística

Transporte de mercadorias em quebra desde 2008

Por a 22 de Junho de 2010 as 15:23

Os últimos números disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a tendência recente do total de mercadorias transportadas nos diferentes modos de transporte, apresenta duas tendências distintas: crescimento até 2007 e contracção em 2008 e 2009. O ano de 2008 marcou a inversão na dinâmica de crescimento verificada desde 2005, com o modo rodoviário a registar a maior quebra (-10,4%) no total de mercadorias transportadas, seguindo-se os modos marítimo (-2,3%) e ferroviário (-1,2%). Em 2009, todos os modos de transporte continuaram com quebras, com valores particularmente expressivos nos modos ferroviário (-14,3%), rodoviário (-10,9%) e aéreo (-10,2%).

Entre 2005 e 2009, em termos médios anuais, o modo rodoviário apresentou uma taxa de variação de -6,1% no total de mercadorias transportadas, e o modo marítimo apresentou uma variação também negativa, embora de menor amplitude: -1,2%.

“Nos últimos anos”, refere o INE, “tem-se assistido a uma relativa estabilidade nas quotas relativas do transporte de mercadorias em Portugal nos diferentes modos”. No período em análise, o modo rodoviário perdeu 3,2 p.p. no peso relativo do total de mercadorias transportadas, enquanto que o modo marítimo cresceu 2,8 p.p. e o modo ferroviário aumentou 0,4 p.p..

Em 2009, de entre os diferentes modos de transporte, os modos rodoviário e ferroviário foram aqueles onde o total de mercadorias carregadas em tráfego nacional registou o maior peso relativo, 91,6% e 91,7%, respectivamente. Pelo contrário, os modos marítimo e aéreo, os quais representaram aproximadamente 19% do total de mercadorias movimentadas em 2009, apresentaram uma predominância de movimentos de mercadorias em tráfego internacional, com este tipo de tráfego a representar 78,8% no caso do modo marítimo e 73,4% no modo aéreo.

Em 2009, a UE correspondia ao mercado de origem predominante dos movimentos de mercadorias descarregadas em Portugal no modo rodoviário e no modo ferroviário, com um peso relativo de 99,3% e 100%, respectivamente. No modo aéreo a EU também assumiu a posição dominante enquanto mercado de origem do total de mercadorias descarregadas, com uma importância relativa de 62,5%, seguindo-se a América (30,8%) e a Europa extra UE (2,6%) nas posições imediatamente seguintes. O modo marítimo foi aquele que denotou uma maior heterogeneidade de proveniências das mercadorias descarregadas, com o mercado africano a registar a maior quota relativa (32%), seguindo-se a UE (31,2%) e a América (20,4%).

A UE registou igualmente uma posição dominante no que respeita ao mercado de destino das mercadorias carregadas em Portugal nos diferentes modos de transporte, com pesos particularmente expressivos no caso do modo rodoviário (98,1%) e do modo ferroviário (100%). No modo marítimo, a UE constituiu o destino de 49,3% do total de mercadorias carregadas em Portugal, enquanto África recolheu 28,7% do total de mercadorias e a América 12,2%. Em 2009, no modo aéreo, o mercado da UE representou 42,8% do total de mercadorias carregadas em Portugal, seguindo-se o mercado americano (27,9%) e o mercado africano (27,7%).

Nos últimos 5 anos, no modo rodoviário, o mercado da UE apresentou uma ligeira quebra tanto enquanto origem, como destino das mercadorias transportadas para/de Portugal. Os mercados africano e americano foram aqueles que mais cresceram enquanto destino das mercadorias transportadas pelo modo marítimo, 11 p.p. e 2,1 p.p., respectivamente. A UE aumentou a quota relativa enquanto mercado de origem das mercadorias transportadas no modo aéreo (+2,1 p.p.), tendo sucedido a situação oposta enquanto mercado de destino (-12,6 p.p.).

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