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Europeus admitem cada vez mais dificuldades financeiras

Por a 22 de Junho de 2010 as 12:16

Um em cada seis europeus declara ter constantemente dificuldade para pagar as despesas correntes e 3/4 consideram que a pobreza aumentou no seu país no último ano. Estes são os principais resultados do novo inquérito Eurobarómetro sobre os impactos sociais da crise, apresentado recentemente pela Comissão Europeia (CE).

László Andor, Comissário da União Europeia responsável pelo Emprego, os Assuntos Sociais e a Inclusão declarou que “os resultados do inquérito confirmam que a pobreza é um problema grave na UE e que a actual situação económica e financeira está a agravar mais ainda as dificuldades. As consequências da crise fazem-se sentir e uma parte significativa dos europeus enfrenta hoje sérias dificuldades financeiras.» E acrescentou: «A nova estratégia da UE para a próxima década “Europa 2020” e o seu objectivo de retirar pelo menos 20 milhões de europeus da pobreza até 2020 representa um sinal claro da vontade real de todos os países em obter resultados visíveis a favor de uma Europa mais justa e inclusiva”.

De um modo geral, os cidadãos comunitários consideram que a pobreza aumentou no ano anterior ao inquérito, a todos os níveis: 6 em cada 10 pessoas acreditam que a pobreza aumentou na sua área de residência, 75% sentem que aumentou no seu país e 60% pensam que aumentou na UE em geral.

A crise e o apelo a medidas de austeridade são um indício de pobreza para as pessoas. Esta situação é sobretudo evidente na Grécia onde 85% dos inquiridos pensam que a pobreza aumentou no seu país, enquanto em França esse número está nos 83%, na Bulgária nos 82%, 77% na Roménia e 75% na Itália.

Contudo, embora em certos países as pessoas esperem novas dificuldades (sete em cada dez romenos e gregos esperam uma deterioração da situação financeira das famílias), noutros essa percepção melhorou. Por exemplo, apenas 23% de letões, 32% de lituanos e 20% de húngaros (face aos 65%, 58% e 48%, respectivamente, de Julho de 2009) pensam que a situação financeira das famílias irá piorar. Baixou também o número de inquiridos na Letónia, Polónia, Reino Unido, Bélgica e Finlândia que acreditam que irão permanecer desempregados caso percam o seu emprego.

Uma parte significativa dos cidadãos da UE enfrenta problemas financeiros

Um em cada seis europeus declarou que o seu agregado familiar não teve dinheiro para pagar as despesas da casa, comprar alimentos ou outros bens de consumo diário, pelo menos numa ocasião durante o ano passado, e 20% revelaram ter dificuldade em pagar as despesas correntes e os compromissos de crédito aquando da realização do inquérito no terreno (em Maio de 2010).

Se para 15% estas dificuldades são uma luta constante, 3% não conseguiram satisfazer uma parte das despesas e dos compromissos de crédito e 2% enfrentaram problemas financeiros reais e não tiveram capacidade para cumprir a maioria das suas obrigações.

Cerca de 3 em cada 10 europeus declararam ter tido mais dificuldade em pagar as despesas relativas aos cuidados de saúde, puericultura ou cuidados prolongados prestados a si próprios ou a familiares nos últimos seis meses: para 11%, a situação tornou-se “mais difícil” e, para 18%, “um pouco mais difícil”.

Em Março de 2010, 18% dos inquiridos empregados exprimiram pouca ou nenhuma confiança na possibilidade de manterem os seus empregos actuais nos próximos 12 meses e 49% acreditam ter pouca ou nenhuma possibilidade de encontrar um novo emprego num período de seis meses, caso venham a ser despedidos.

Finalmente, em termos de rendimentos futuros, 73% dos cidadãos da UE prevêem claramente uma diminuição dos seus direitos de pensão ou acreditam que terão de adiar a sua aposentação ou poupar mais dinheiro para a velhice. Cerca de 20% estão sobretudo inquietos com a possibilidade de não terem rendimentos suficientes na velhice para viverem com dignidade e 34% declararam estar bastante preocupados com essa perspectiva.

Em 17 Estados-Membros, a maioria dos inquiridos está muito ou relativamente preocupada com a possibilidade de o seu rendimento na velhice não ser adequado para poder viver com dignidade.

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