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Boas previsões para o mercado mundial de cereais

Por a 16 de Junho de 2010 as 13:49

A última edição de Perspectivas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) aponta para um ano positivo, com uma produção mundial, em 2010, que pode igualar o recorde conseguido em 2008, com as existências mundiais de cereais a aumentarem pelo terceiro ano consecutivo.

Estas previsões são importantes, já que, segundo as mesmas, o aumento da produção não se limita aos países exportadores, esperando-se que os países importadores registem colheitas recorde.

O Índice de Preços da FAO tinha uma média de 164 pontos, em Maio de 2010, ou seja, ligeiramente abaixo dos 174 pontos no primeiro mês deste ano, mas significativamente abaixo dos 214 pontos da Primavera de 2008.

A queda dos preços internacionais dos cereais e do açúcar figuram entre as principais causas para esta descida, com os preços do açúcar a reduzir para metade desde o máximo atingido no início do ano.

A organização da ONU assinala, contudo, que o custo da cesta de compras alimentares em todo o mundo é, actualmente, 69% mais cara que no período entre 2002 e 2004.

Numerosos indicadores apontam o aumento do fornecimento a nível mundial como um dos principais factores para a forte descida dos produtos alimentares básicos este ano. “A forte subida dos preços alimentares em 2008-2009 impulsionou a plantação e produção de muitos cultivos, o que resultou numa recuperação das existências e da relação entre estas e a sua utilização, uma tendência que prevalecerá em 2010-2011”, salienta a informação da FAO.

Os preços do açúcar baixaram para metade desde o seu nível recorde no início do ano (alcançaram a média mais elevada, em 30 anos, com 583 dólares/tonelada em Janeiro de 2010), face à perspectiva de um importante incremento da produção.

A descida dos cereais foi mais modesto, cerca de 10%, mas as expectativas de uma boa temporada/colheita pressupõe uma maior pressão para baixar os preços.

Os preços da oleaginosas, por sua vez, resistiram para já à descida, já que a procura segue em alta e o fornecimento é mais escasso que nos nos cereais. No entanto, as primeiras indicações da FAO sugerem que os preços das sementes de oleaginosas baixarão nos próximos meses, já que o aumento do fornecimento em resposta aos elevados preços fará com que se ultrapasse a actual escassez.

Como contraste, os preços dos produtos cárnicos sofreram aumentos bruscos, devido, principalmente, à descida da produção e aumento do consumo.

As perspectivas de uma escassa produção láctea nos principais países exportadores, num contexto de forte procura de importações, está a ser a principal razão para sustentar os preços sólidos dos produtos lácteos a nível internacional, conclui a FAO no relatório agora emitido.

Apesar da descida de preços, o custo mundial da importação de alimentos alcançará os 921 mil milhões de dólares, em 2010, cerca de 100 mil milhões de dólares mais (cerca de 11%) que em 2009.

Grande parte do aumento previsto deve-se ao maior gasto em produtos não cerealíferos, que pode registar uma subida de 17% e totalizar 650 mil milhões de dólares, cerca de dois terços das importações de alimentos a nível mundial, referem os dados da FAO.

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