Sonae SGPS regressa aos lucros

A Sonae SGPS regressou aos lucros, depois de, no final do primeiro trimestre de 2010, ter registado um resultado líquido de 6 milhões de euros face aos 36 milhões de prejuízo em igual período do ano anterior.

Em comunicado, o grupo liderado por Paulo Azevedo admite que esta performance se deve a uma “melhoria operacional registada nas diversas áreas de negócio, bem como a tendente estabilização das taxas de capitalização dos centros comerciais”, permitindo a esta área apresentar o melhor resultado indirecto desde o primeiro trimestre de 2008.

De resto, a Sonae MC apresentou um aumento do volume de negócios em 7% e um aumento de 3% nas vendas numa base comparável, enquanto a Sonae SR apresentou um aumento de 22% do volume de negócios, “não obstante os desafios do contexto económico actual”, salienta o grupo em comunicado.

Para Paulo Azevedo, CEO da Sonae SGS, “além da melhoria dos rácios financeiros, que têm vindo a ser uma constante nos últimos trimestres, o primeiro trimestre deste ano apresenta uma redução significativa do nível de endividamento, quando comparado com o período homólogo do ano passado”.

No comunicado, o responsável máximo pelo grupo salienta ainda o facto de não ter sido capaz de “convencer os responsáveis políticos no sentido de removerem a discriminação que existe em relação aos horários de abertura do comércio aos Domingos e Feriados, criando uma situação de descriminação para as lojas Continente.

Paulo Azevedo considera mesmo que esta situação cria “uma injustificável e significativa perda de postos de trabalho”, concluindo que o Continente “é a única cadeia de lojas entre as cinco maiores retalhistas em Portugal, que tem de proceder ao encerramento das suas lojas ao Domingo à tarde”.

As contas da Sonae SGPS mostram para o primeiro trimestre de 2010 um volume de negócios consolidado de 1,358 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida de 7,5% face a período homólogo, impulsionado pelo desempenho dos negócios de retalho alimentar e retalho especializado.

O aumento das vendas do parque de lojas já existente foi acompanhado pela abertura de novas lojas, com destaque para o mercado internacional, onde as vendas da área de retalho especializado duplicaram.

Além disso, a área dos centros comerciais também apresentou uma performance positiva, ajudada pela abertura de dois novos centros e pelo crescimento no Brasil.

Quanto ao futuro, os responsáveis da Sonae mantém-se cautelosos quanto à situação económica global, “em particular no que concerne os indicadores económicos como o desemprego e o consumo privado”. Apesar desta postura conservadora, o desempenho sólido apresentado no primeiro trimestre de 2010” inspira confiança aos gestores da empresa na sua capacidade de alcançar elevados níveis de crescimento e rentabilidade e, ao mesmo tempo, atingir os objectivos traçados para este ano, nomeadamente: reforçar as posições de mercado dos seus negócios base, com um crescimento continuado das quotas de mercado do retalho alimentar e dos sectores de desporto e electrónica; e continuar a expandir a presença internacional, sem prejudicar o balanço”.