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Crise económica influencia registo de marcas em 2009

Por a 22 de Março de 2010 as 11:40

De acordo com os últimos dados disponibilizados pela World Intellectual Property Organisation (WIPO – Organização Mundial de Propriedade Intelectual), o registo de marcas, sob o “Sistema de Madrid”, caiu 16%, apontando os responsáveis da entidade a recessão económica como principal causa, embora se tenham registado algumas subidas, nomeadamente, da Europa (3,1%) e Japão (2,7%), bem como da República da Coreia (33,9%), Singapura (20,5%), Croácia (17,5%) e Hunria (14,5%).

Ao todo, a WIPO recebeu 35.195 pedidos internacionais de 84 membros do Sistema de Madrid, em 2009, contra os 42.075 pedidos de 2008. Também os pedidos de marcas internacionais caiu 12% face a 2008, revelando a WIPO que foram entregues 35.925 pedidos, em 2009.

O pedido de marcas reflecte a introdução de novos produtos e serviços no mercado, sendo muito sensível aos ciclos económicos. “A descida menor nas renovações de registo de marcas internacionais (-1,2%) reflecte o valor das marcas estabelecidas, numa altura em que o consumidor opta por bens que já experimentou e nos quais confia”, diz a WIPO em comunicado, tendo sido renovadas 19.234 marcas internacionais.

“Os pedidos de marcas internacionais sofreram um rude golpe em 2009”, refere Francis Gurry, director-geral da WIPO, “mas esta situação não é surpresa nenhuma, dada as difíceis condições financeiras existentes e a retracção do consumo por parte do consumidor em todo o mundo. Embora a protecção das marcas seja um negócio são, tanto em bons como em maus momentos, as empresas estão cautelosas em trazer novos produtos para o mercado, enquanto persistir esta incerteza na economia”. Disto isto Gurry admite que “as marcas possuirão um papel fulcral na criação de valor e providenciarão a base para a expansão do negócio quando a economia recuperar”.

“Historicamente”, salienta Gurry, sabemos que a procura por direitos de propriedade intelectual cai em períodos de recessão. Estas quebras são mais notadas e rápidas nas áreas mais relacionadas com as condições de mercado. A procura por direitos de propriedade intelectual, no entanto, alcançaram níveis sem precedentes antes da crise e temos todas as razões para acreditar que a actividades das marcas internacionais será retomada assim que o crescimento económico se solidifique e se expanda”.

A União Europeia foi responsável por mais de metade dos pedidos internacionais entregues na WIPO – pouco mais de 21.800, em 2009. Isto inclui os pedidos internacionais entregues através de agentes de propriedade intelectual nos vários países e no Office of Harmonization for the Internal Market (OHIM – Agência para a Harmonização para o Mercado Interno).

A quebra nos pedidos de marcas internacionais foi bem patente nalguns países, em 2009, sendo exemplo disso Portugal (-60,8%), Grécia (51,3%), República Checa (-34,6%), Suécia (-34%), Itália (-32,2%), Espanha (-29,9%), Dinamarca (-27,1%), Benelux (-26,2%) e Alemanha (22,9%).

Entre os países que apresentaram mais pedidos de marcas internacionais está a Alemanha, representando 13,6% do total, uma descida face aos 22,9% de 2008.

Já quanto à listagem de empresas que mais pedidos entregaram, esta é liderada pela Novartis (Suíça), seguida pelo retalhista Lidl (Alemanha) e Henkel (Alemanha).

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