“Dentro de 2 a 3 anos estaremos em novos mercados”, admite Soares dos Santos

Na apresentação dos resultados relativamente a 2009, Alexandre Soares dos Santos, chairman da Jerónimo Martins, admitiu que dentro de dois a três anos, o grupo “estará em novos mercados, onde, não sei”.

“Há um grupo de trabalho que está a estudar várias frentes, mas antes do final deste ano não teremos qualquer decisão”.

Deixando claro que “a entrada em qualquer que seja o mercado só se dará se for para lutar pela liderança”, Soares dos Santos admitiu que “para ser número três não vale a pena. Não se ganha dinheiro sendo o terceiro e para isso não vamos entrar num mercado”.

Revelando que “estava tudo pronto para entrarmos na Ucrânia e depois na Rússia”, mas que essa operação falhou “por causa da falta de respeito pela lei na Ucrânia”, o chairman da JM frisou que a Ucrânia “é um país que vive numa grande turbulência, onde não há garantias para o investimento a realizar”. Compreendendo que a Ucrânia é “a expansão natural da Polónia”, Soares dos Santos apontou, também, a possibilidade russa, mas que terá sido descartada pela insegurança e “por termos sido avisados de que só conseguiríamos entrar no país através de uma joint-venture. Ora isso não aconteceu connosco, nem com ninguém. Até o Carrefour já saiu da Rússia”, frisou Soares dos Santos.

Quanto à hipótese Angola, o chairman da Jerónimo Martins foi peremptório: “não me apanham em Angola. É um país marcado pela corrupção e onde não há mercado. Não vale a pena pensar em Angola para abrir lojas somente em Luanda”.

Certo é que a Jerónimo Martins irá investir 1,3 mil milhões de euros no período entre 2010 e 2012, canalizando cerca de 30% para o território nacional, prevendo a abertura de 20 lojas Pingo Doce e 5 Recheio, enquanto para a Polónia deverão seguir os restantes 70%, ou seja, cerca de 300 milhões de euros por ano, para a abertura de mais 500 lojas (totalizando em 2012, 2.000 pontos de venda) e mais quatro centros de distribuição para terminar 2012 com 12 unidades.