Distribuição

“Quota da marca própria não deve ultrapassar os 40%”, diz JM

Por a 3 de Março de 2010 as 16:22

Com as receitas referente ao ano 2009 a atingirem os 7,3 mil milhões de euros, a marca própria registou quotas diferentes nas várias operações no grupo Jerónimo Martins. Os responsáveis do maior grupo retalhista português revelaram na conferência de imprensa de divulgação dos resultados que, em 2009, a marca própria Pingo Doce representou cerca de 40% do total das vendas da insígnia, enquanto na Biedronka esse peso subiu para os 60%, representando, no caso do Recheio, 12%.

Admitindo que o perfil do consumidor alterou radicalmente por causa da crise, Alexandre Soares dos Santos, referiu, contudo, que “a marca própria não deverá crescer muito mais. Nem todo o consumidor que marca própria”, admitindo que “a quota da marca própria não deverá ultrapassar os 40%”.

Com cerca de 40% da marca própria comercializada pela JM a ser produzida em Portugal, a JM lançou ou relançou 434 referências em Portugal e cerca de 630 na Polónia, referindo Luís Palha que “este é um pilar estratégico da companhia. Queremos ser o operador de custos mais baixo no mercado, realidade que nos permitirá estar no mercado de forma sustentada e apresentar preços competitivos. A nossa função passa por antecipar as necessidades do consumidor e oferecer a proposta mais vantajosa. O preço é uma variante cada vez mais importante para o consumidor e conseguimos adaptar-nos a essa realidade oferecendo produtos de baixo preço com qualidade”.

O CEO da JM acrescentou que “na marca própria a aposta passa por produtos inovadores e não pela simples apresentação de produtos standard”.

Revelando que o número de consumidores nas lojas Pingo Doce “tem aumentado, mas com compras menores”, Alexandre Soares dos Santos admitiu que existem, actualmente, “mais tipos de consumidor” e que é preciso ter “visão do futuro, do consumidor, já que com a concorrência que existe, se não a tivermos ficaremos a perder”.

Referindo que o conceito de discount da JM é diferente da concorrência, Soares dos Santos salientou que “o consumidor não é leal e se oferecermos mais do mesmo, não nos diferenciamos”.

Deixando a certeza que não estudos para “novos formatos”, Soares dos Santos criticou ainda o comércio tradicional, ou pelo menos, o que “não quer modernizar-se. Isto é um negócio para profissionais e não para amadores. Existe a ideia de que a distribuição ‘mata’ o pequeno comércio, mas existem lojas pequenas de sucesso. Lojas pequenas com bom serviço, bons produtos e bem localizadas não morrem. Existem muitas pessoas que não querem modernizar o negócio e que simplesmente estão à espera do trespasse”.

Certos são os testes que a Jerónimo Martins está a desenvolver na restauração, onde já possui as insígnias Jeronymo, Chilies e Oliva, prevendo-se uma expansão nesta área.

Quanto à instabilidade politica que tem assolado o nosso País nos últimos tempos, Soares dos Santos admitiu que “afecta o negócio”.

Garantida ficou, durante a conferência de imprensa, o pagamento de um bónus no valor de 250 euros por funcionário (em 2008 foram 240 euros) aos funcionários efectivos, excluindo managers, tanto em Portugal como na Polónia. De resto, os salários dos não quadros não vão ser aumentados, havendo correcções e prémios de performance para as três categorias inferiores (categoria 4, 5 e 6) dos empregados da JM (o grupo divide os funcionários em dois grupos: categorias 4, 5 e 6, e 1, 2, e 3), enquanto na categoria 1, 2 e 3 não haverá correcções, mas prémios de performance. Já na Polónia, os não quadros terão um aumento de 4%.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *