Opinião

Infra-estrutura Dinâmica para um Retalho mais Inteligente

Por a 17 de Dezembro de 2009 as 5:29

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Hoje é possível entrar num qualquer pequeno supermercado, numa pequena cidade em qualquer lugar do mundo e encontrar especialidades de outros países com facilidade.

Pode encontrar tofu numa pequena cidade na China ou pickles e tecidos estampados de linho em Nova Deli, lado a lado com outras as marcas globais. Como conseguem estes pequenos players estar presentes em tantos mercados e lojas com produtos especializados, sem grande esforço comercial e de promoção?

A F.lli Saclà S.p.A é um exemplo de sucesso. A empresa foi fundada em 1939, em Asti na Itália, onde ainda opera como um dos líderes na produção de comida italiana, vendendo os seus produtos em mais de 50 países. Parte do sucesso da Saclà deve-se à implementação de uma infra-estrutura dinâmica de TI. A tecnologia do sistema garante que os produtos estejam disponíveis a tempo de satisfazer as necessidades dos clientes em todo o mundo. Além de permitir que a empresa acompanhe as exigências dos clientes de cada mercado onde opera, a Saclà conseguiu também reduzir o consumo energético na ordem dos 40 por cento.

Por outro lado, a crescente interdependência do mundo está a mudar o modo como os clientes compram produtos e serviços, exigindo melhor acesso à qualidade, 24 horas/7 dias por semana. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 92 por cento dos adultos realizam pesquisas on-line para pedirem a opinião de outras pessoas antes mesmo de comprar um produto numa loja.

No entanto, enquanto os compradores podem utilizar o mundo ultra-rápido da Internet, os retalhistas têm de continuar a fazer grandes investimentos, com uma antecedência variável entre seis e dez meses.

Apesar desse investimento, os retalhistas continuam a perder cerca de 93 mil milhões de dólares em vendas em cada ano, simplesmente porque não têm os produtos adequados em stock para satisfazer a procura dos clientes.

Um estudo IBM de 2008 sobre a confiança dos consumidores, indicou que 91% dos clientes estão a gastar menos em áreas muito específicas, uma mudança que poderia ter sido evitada caso os revendedores tivessem começado a tomar decisões mais cedo.

Muitos retalhistas acreditam que a fidelização dos clientes é a chave para o sucesso durante a actual transformação radical da economia. A tecnologia desempenha um papel importante na construção da fidelização, aproximando as organizações aos clientes, ao mesmo tempo que ajuda os executivos a manter os ritmos de decisão e a distância relativamente à concorrência.

As organizações informadas têm três grandes imperativos para atingir esta visão de futuro na venda a retalho.

Estão a ser criadas experiências centradas no consumidor que permitem que os clientes façam compras sempre, quando e onde quer que eles desejem.

Construídos estão também a ser um merchandising dinâmico e cadeias de abastecimento que recolhem as informações dos clientes de forma contínua e em pontos de controlo previamente estabelecidos. Além disso, estão a ser desenvolvidas formas flexíveis e rentáveis de trabalhar através de sistemas actualizados para melhor lidar com os sistemas complexos da procura dos dias de hoje.

Uma tecnologia assente numa infra-estrutura dinâmica está normalmente no centro desses sistemas inteligentes de retalho. As infra-estruturas dinâmicas podem tirar partido da crescente integração do mundo físico e dos processos digitais, permitindo a pequenos players satisfazer os imperativos mencionados.

Poderão, além disso, melhorar os serviços através de alta disponibilidade e qualidade dos serviços existentes, endereçando as expectativas dos clientes para novos serviços de TI flexíveis e inovadores, tudo em tempo real.

Redução de custos, aumento da produtividade através da virtualização, optimização, redução de energia e flexibilidade na gestão são outras das mais-valias. As infra-estruturas dinâmicas podem também ajudar as empresas a gerir os riscos relacionados com a segurança das TI, resiliência e de conformidade, ao mesmo tempo que antecipa novos riscos que advêm de um mundo mais conectado e colaborativo.

O sucesso do retalho do futuro exigirá a adopção de modelos empresariais inovadores, para melhor compreender os seus clientes e, baseados nesse conhecimento, decidir com rigor e atempadamente.

Suprir as deficiências físicas e digitais da infra-estrutura é, pois, um passo importante nessa direcção.

Artur Campos, Gestor de Produto e Canal de Retail Store Solutions, IBM Portugal

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