Opinião

Alguns Apontamentos sobre os novos desafios do retalho…

Por a 16 de Abril de 2009 as 18:25

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O sector do retalho, tem sido desde sempre companheiro inseparável da mudança. Se dúvidas existem nesta proximidade, creio que estas rapidamente se dissiparão se recuarmos 50 anos e ponderarmos sobre todas as alterações que o conceito retalho tem vindo a conhecer. Desde então tem sido repensado, sistematizado, estratificado e reformulado numa cadência quase estonteante. Para isto, concorreram variáveis demográficas, culturais, económicas e sociais.

Analisando este sector constatamos que se por um lado se tem cultivado o conceito all in one store, onde os grandes retalhistas ganham espaço, por outro temos o advento dos retalhistas especializados focados e orientados para um nicho de mercado. Em todos estes conceitos nos deparamos com uma oferta que há muito abandonou o registo clássico centrado única e exclusivamente na venda do artigo dentro de uma superfície comercial.

Argumentos como qualidade, preço, conveniência e sortido são pensados e repensados em milhares de combinações possíveis de modo a fazer face a um mercado cada vez mais concorrencial e onde os tempos de reacção se querem cada vez mais rápidos. A fidelização passa a ser a palavra de ordem e de uma forma generalizada assiste-se a uma crescente preocupação com o cliente final, multiplicando-se as estratégias de retenção, seja através de soluções de CRM, sistemas de cartões ou outras soluções similares.

Este é um sector cada vez mais dinâmico, onde os níveis de exigência são cada vez maiores e a capacidade de adaptação que cada insígnia tiver ditará o seu sucesso ou insucesso. Os recursos humanos de uma empresa serão provavelmente as peças mais importantes para que se consiga preconizar esta constante adaptação. Polivalência de funções, know-how específico, autonomia e profissionalismo, assumem-se cada vez mais como pontos fundamentais, razões pelas quais áreas como Recrutamento & Selecção, Formação e Gestão de Recursos Humanos têm vindo a assumir a máxima importância. O retalho de uma forma geral, privilegia profissionais que detenham conhecimento específico e experiência no exercício das funções. Até aqui nada de novo e de resto bastante similar a outros sectores de actividade.

O problema surge quando verificamos que não existe massa crítica suficiente para dar resposta às necessidades da distribuição. Grande parte deste problema fica a dever-se ao facto de que são as empresas deste sector que têm assumido per si a formação de novos colaboradores e que paralelamente não existe uma articulação entre a actual estrutura de ensino e o mercado de trabalho. A temática é recorrente, as medidas tomadas nem por isso. A formação de quadros médios continua a ser incipiente e sem grande expressão, pelo que continuamos a ter capital humano desajustado daquilo que são as reais necessidades do mercado. Tendo em conta o facto de serem poucos os profissionais que correspondem aos requisitos de exigência deste sector, assistimos a uma constante circularização de recursos humanos entre as demais empresas deste sector.

Importa então aferir as reais competências necessárias para o exercício de determinada função e perceber-se como é que estas poderão ser enquadradas no âmbito do retalho, de modo a que se possa abrir o leque a outro tipo de profissionais igualmente interessantes. É precisamente aqui que as empresas de Recrutamento & Selecção Especializadas poderão representar uma mais-valia, não só para apoiar na identificação de profissionais cujo percurso tenha sido desenvolvido no mesmo sector para a qual se está a recrutar, como para efectuar o levantamento exaustivo de competências técnicas e comportamentais de candidatos, cujo percurso profissional não tenha passado pelo mesmo sector, mas que possam ser enquadráveis e representar uma mais-valia para a empresa.

Fabrícia Campos Antunes, Executive Manager Page Personnel

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