Opinião

Prevenir em tempo de crise

Por a 6 de Fevereiro de 2009 as 9:51

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Em 2008, os retalhistas portugueses gastaram cerca de 134 milhões de dólares na área de protecção

O índice da perda desconhecida no retalho português atingiu no ano passado 470 milhões de dólares, o equivalente a 1,26% das vendas totais. Apesar de se ter verificado um decréscimo de 3,8%, no actual contexto de recessão económica em que as previsões apontam para uma quebra de 0,8% da actividade económica portuguesa em 2009, estes dados constituem um recurso de análise importante para os retalhistas.

De facto, há que ter em consideração que os custos da perda desconhecida recaem não só nos retalhistas como também nos próprios consumidores. O custo anual da perda desconhecida é equivalente à cobrança de um imposto de 229 dólares por família a nível mundial, considerando que as quebras globais atingiram os 71.165 milhões de dólares, de acordo com os dados do II Barómetro Global sobre Furto no Retalho, patrocinado pela Checkpoint Systems.

Trata-se de um valor significativo, especialmente numa época em que o consumo poderá sofrer alguma retracção, decorrente da incerteza quanto ao futuro e ao aumento da taxa de desemprego.

Estes dados económicos, em conjunto com outros factores sociais, podem contribuir para o crescimento da criminalidade, o que se poderá reflectir nos valores das quebras com o número de ocorrências de pequenos furtos nas superfícies comerciais a registarem uma subida. Tendencialmente, os retalhistas poderão resignar-se com o problema da perda desconhecida, assente na sua maioria no furto interno e externo, fazendo concessões ao deficit e tentando recuperar lucros perdidos cortando custos noutras áreas.

Economicamente poderá ser um momento difícil para os retalhistas e o impulso para reduzir custos é compreensível, contudo os ganhos gerados pelo corte dos investimentos na prevenção da perda podem ser facilmente ultrapassados pelos custos provocados pelo aumento dos furtos. Está comprovado que existe uma grande correlação entre a redução dos investimentos em soluções de prevenção da perda e o aumento efectivo da quebra no retalho.

A definição e implementação de planos de prevenção de perdas de acordo com o modelo de negócio, que dão origem à decisão dos investimentos de aquisição de tecnologia anti-furto eficaz e discreta é, definitivamente, a forma mais adequada no combate à perda desconhecida, fazendo uma grande diferença no negócio retalhista directa – acabando com o furto na sua loja – e indirectamente – melhorando a experiência de compra dos seus clientes. É de salientar que, em 2008, os retalhistas portugueses gastaram cerca de 134 milhões de dólares na área da protecção, sendo que o furto externo representa 48% do total da perda desconhecida e o furto interno 27,9%.

Cada actividade retalhista tem as suas especificidades no que concerne às necessidades de protecção dos seus produtos e do seu negócio, dependendo de um diferente número de elementos, como a disposição das lojas, o tipo de produtos que vende e a forma como estão expostos.

Para que o consumidor/cliente tenha sempre acesso ao produto é necessário proteger os produtos de risco de forma a assegurar o negócio e os proveitos, sem recorrer a medidas de segurança extremas, como as vitrines. Neste sentido, e de forma a que a solução adoptada surta o efeito pretendido é essencial integrar eficientes etiquetas de segurança e as antenas próprias para a sua detecção; assim como desactivadores e desacopladores eficazes e um sistema de segurança que permita controlar todo este sistema, bem como a etiquetagem na origem, sistemas de CCTV, entre outros.

Todavia, o fenómeno da perda desconhecida é dinâmico e, por isso, é necessário que as empresas parceiras no combate à perda desconhecida desenvolvam constantemente novas soluções que respondam eficazmente aos diversos contextos de risco. É importante inovar, tendo sempre em consideração que quaisquer soluções/sistemas devem integrar-se nos ambientes de loja com o mínimo impacto funcional e estético de forma a contribuir activamente para as vendas, sobretudo dos produtos de maior risco de furto.

Paulo Borges, Director de Marketing para o Sul da Europa da Checkpoint Systems

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