Conselho dos Notáveis

Conselho dos Notáveis

Por a 21 de Março de 2008 as 9:30

A aposta do retalho nos formatos de média dimensão, o aproveitamento da subida de preços para aumentar lucros em França, bem como o encerramento do comércio tradicional em Portugal foram as primeiras questões colocadas ao Conselho dos Notáveis. Além disso, a questão à volta do preço do pão, investimento da Chamartin em Portugal e a apreensão de latas de Coca-Cola pela ASAE nos Intermarchés por venda abaixo do preço de custo.

1. A Auchan vai investir em seis supermercados Pão de Açúcar em Portugal e a Jerónimo Martins está a transformar os seus hipermercados Feira Nova de média dimensão em Pingo Doce. Significa isto que:

a) A tendência no mercado português passa pelos formatos de média dimensão, porque o conceito de hipermercados já está saturado 17.4%

b) O investimento num hipermercado é demasiado elevado, pelo que os grandes grupos de distribuição estão a optar por formatos mais rentáveis 6.5%

c) O retorno do investimento é mais rápido nos formatos de média dimensão 6.5%

d) O mercado da distribuição encaminha-se cada vez mais para os conceitos de proximidade onde os supermercados são os formatos mais rentáveis 69.6%

2. Em França, o Governo acusou recentemente a indústria alimentar e retalhistas de estarem a aproveitar-se da subida global dos preços para aumentar os lucros, ameaçando com acções rigorosas contra o que designa de “abuso de mercado”. Seria possível acontecer semelhante situação em Portugal.

a) Não só seria possível, como está a acontecer 13.9%

b) Em Portugal, a Autoridade da Concorrência (AdC) e ASAE têm fiscalizações demasiado apertadas para tal situação acontecer 6.9%

c) As autoridades/entidades fiscalizadoras em Portugal não possuem meios para fiscalizar tal situação 37.3%

d) A permissividade com que a justiça actua poderá levar alguns retalhistas e produtores a pensar em tal situação 41.9%

3. Segundo dados do Sindicato UPTA-UGT espanhol, mais de quatro mil lojas de comércio tradicional de rua solicitaram baixa de actividade em Janeiro de 2008. E em Portugal?

a) Esta situação acontecerá mais tarde ou mais cedo em Portugal, dado o comércio tradicional de rua ser pouco dinâmico 34.8%

b) A crescente expansão de centro comerciais e grandes superfícies levará a que o comércio tradicional de rua seja forçado a especializar-se em produtos nichos 39.2%

c) O comércio tradicional de rua, devidamente dinamizado, terá sempre o seu espaço de grande importância em Portugal 21.7%

d) A realidade em Portugal dependerá sempre da situação económica. Com a actual conjuntura, o comércio tradicional de rua terá poucas hipóteses de sobrevivência 4.3%


4. A Autoridade da Concorrência (AdC) vai investigar as palavras de Carlos Santos, presidente da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação e Similares, sobre um possível aumento de 50% no preço do pão.

a) Existindo a suspeita de que os produtores poderão estar a aproveitar-se da situação para aumentar os preços indiscriminadamente, essa investigação faz todo o sentido 42.2%

b) O aumento do preço do pão é inevitável para a indústria ter algum lucro face ao aumento da matéria-prima 35.6%

c) É necessário investigar o que pode estar por traz do aumento, uma vez que as farinhas registaram subidas de 120% 4.4%

d) Os aumentos devem reflectir a subida das matérias-primas, nem mais nem menos um cêntimo 17.8%

5. A Chamartin Imobiliária vai investir dois mil milhões de euros em centros comerciais na Península Ibérica, sendo que Portugal vai receber seis.

a) Não há espaço para mais centros comerciais. Este mercado já está saturado 26.7%

b) O conceito dos centros comerciais Dolce Vita é original. Além disso, é sempre um bom investimento, porque os portugueses são adeptos destes espaços 24.4%

c) É negativo, porque o aumento do número de centros comerciais em Portugal tem vindo a tirar clientes ao comércio tradicional 11.1%

d) É positivo, uma vez que cria emprego e traz investimento para Portugal 37.8%

6. A ASAE apreendeu, recentemente, as latas de 33 cc de Coca-Cola nos Intermachés por estas estarem marcadas a 19 cêntimos, um valor inferior ao preço de compra efectivo (entre 41 e 45 cêntimos).

a) Inserida numa campanha, esta situação deve ser autorizada. O único prejudicado é, de facto, o retalhista, pelo que se o consumidor sai beneficiado, estas situações pontuais devem ser permitidas 9.2%

b) A política de preços não pode servir de arma de arremesso para estas situações 2.2%

c) Esta situação poderá ser considerada “dumping” ou concorrência desleal, pelo que a operação da ASAE é justificada 75.0%

d) A marca de bebidas vê a sua situação fragilizada perante os restantes retalhistas. Estes poderão pensar que a empresa ofereceu a bebida com um desconto considerável, podendo prejudicar futuras negociações 13.6%


Fonte: Dados recolhidos e trabalhados pelo Jornal Hipersuper

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