Emprego & Formação

Parafarmácias: Desafio aos Recursos Humanos

Por a 7 de Março de 2008 as 9:30

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A entrada das parafarmácias no mercado trouxe uma necessidade de adaptação e de mudança de mentalidades, de formas de estar e de agir das Grandes Superfícies ao nível da atracção e recrutamento de profissionais farmacêuticos, após o advento desta nova forma de retalho e liberalização de produtos farmacêuticos.Os Recursos Humanos terão rapidamente que se preparar para criar um plano de carreira e avaliação adaptada à realidade e expectativas destes profissionais, sem qualquer prejuízo da manutenção de uma política simultânea de gestão dos restantes recursos humanos à luz da realidade da gestão operacional de loja.

Situação Actual –
O Perfil do Farmacêutico

Vive-se uma situação de pleno emprego, uma vez que estes profissionais têm diversas saídas, tais como trabalhar em farmácia comunitária, farmácia hospitalar ou enveredar pela indústria farmacêutica onde poderão assumir uma diversidade de funções de carácter técnico-científico ou comercial e de marketing.

A verdade é que após a saída da faculdade, 80% dos recém-licenciados em Ciências Farmacêuticas acaba por enveredar em farmácia comunitária.

Oportunidades face à Realidade do Mercado
A entrada das Parafarmácias nas Grandes Superfícies trouxe uma maior competitividade e dinamização ao mercado, aumentando o leque de desafios profissionais para os farmacêuticos, uma vez que numa parafarmácia, estes terão um papel activo na gestão de stocks e respectivo reposicionamento dos produtos, na elaboração de montras e lineares, bem como na formação técnica à equipa. Este desafio deixá-los-á muito mais preparados para poder integrar uma multinacional e assumir funções a médio prazo na área de Trade Marketing ou mesmo Gestão de Produto.

Dependendo da motivação que possam apresentar, poderão a longo prazo assumir funções de Gestão de Unidade de Negócio.

Já em farmácia comunitária, os desafios propostos são menores uma vez que o farmacêutico começa por assumir funções ao nível do atendimento ao público, podendo evoluir para Adjunto de Direcção Técnica, sendo o patamar final de carreira a Direcção Técnica.

Será que os profissionais reconhecem estas oportunidades no mercado, ou estarão formatados, a nível académico, para uma carreira em farmácia de oficina?

Como Atrair Profissionais
Tendo em conta que os conteúdos programáticos da Licenciatura em Ciências Farmacêuticas estão muito mais direccionados para farmácia comunitária ou para a indústria, deverá haver uma maior preocupação de sensibilização para o tipo de desafios profissionais e respectivo plano de carreira que as parafarmácias podem oferecer aos Farmacêuticos.

Isto poderá passar por fazer lobbying junto das faculdades, de forma a que os farmacêuticos sejam alertados das oportunidades que poderão ter passando também a fazer parte dos conteúdos do curso alguns conteúdos associados à gestão de retalho.

Será de igual importância, que as parafarmácias tenham um papel cada vez mais presente em revistas e sites da especialidade divulgando as oportunidades profissionais em aberto, devendo ser concorrenciais ao nível da responsabilidade e autonomia que oferecem, bem como na respectiva remuneração. Para que seja um projecto suficientemente apelativo, terá de ter uma abrangência de funções onde os farmacêuticos possam participar na implementação da estratégia de marketing a adoptar, no mix de produtos, bem como na gestão e avaliação da própria equipa.

É crucial que as parafarmácias reforcem a imagem técnica que têm no mercado, diversificando o portfólio de produtos comercializados, bem como possam igualmente fazer a monitorização da glicémia ou colesterol aos doentes. Desta forma, apresentar-se-ão mais como um espaço de saúde, onde o farmacêutico tenha um papel de conselheiro mais atractivo à luz da sua formação.

Conclusão
Neste sentido, se as Grandes Superfícies procuram atrair os profissionais mais qualificados terão de inovar nas suas politicas de recrutamento, como também apresentar-se como a melhor opção no mercado e vender bem a sua proposta como a mais atraente para o desenvolvimento profissional dos candidatos.

Recrutar em mercados dinâmicos e onde se procuram perfis especializados requer, da parte do empregador, uma postura de atracção e nunca de selecção ou triagem, como ainda muito se verifica no mercado nacional.

Sandrine Veríssimo, Manager & Head of Business, Hays Pharma, [email protected]

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