Editorial

Já não há “saco”!

Por a 22 de Fevereiro de 2008 as 15:00

vitor jorgeDepois de no início de Dezembro de 2007 o Governo do Partido Socialista (PS) ter tentado fazer passar uma lei que aprovasse a cobrança de uma taxa ecológica de cinco cêntimos sobre os sacos de plástico utilizados para transportar as compras nas grandes superfícies comerciais, cabe agora ao Partido Social Democrata (PSD) tentar pôr um ponto final na distribuição de sacos de plástico gratuitos, propondo como alternativas os sacos de pano ou de papel.Curioso não deixa de ser que, há pouco menos de três meses, a proposta do Governo tenha recebido por parte da oposição fortes criticas, incluindo, claro, da parte do … PSD, que veio de imediato falar em mais uma taxa para os consumidores ou sobrecarga para o tecido empresarial nacional.

Isto, claro, além da própria Distribuição Moderna ter vindo a terreiro salientar que já pagava uma taxa à Sociedade Ponto Verde, calculada em função da gramagem, representando, em média, 11% em cada saco de plástico.

Bem sei que a proposta do PSD vai ao encontro da promoção de medidas alternativas, mas essas já o Governo tinha tentado aprovar, afirmando-se agora disposto a continuar estudar diversas opções.

Por isso, é bem melhor criticar as propostas dos nossos adversários, para posteriormente vir para a praça com alternativas ditas “nossas”, mas que há meses criticámos. A proposta agora apresentada nada vem trazer de novo, além de poder vir a custar mais alguns “trocos” aos impostos dos portugueses, já que, com toda a certeza, será necessária a constituição de uma comissão de estudo para a utilização de sacos de plástico, pano ou papel na Distribuição Moderna.

Lembro-me de na altura da proposta do PS ver um sketch da autoria do “Gato Fedorento”, Ricardo Araújo Pereira, que brincava com a situação, na qual se via um cliente de uma superfície comercial tentar colocar, forçosa e freneticamente, as compras dentro do casaco, calças e demais vestuário.

Afinal, não se estava assim tão longe da verdade, já que, com a proposta agora colocada em cima da mesa por parte do PSD, talvez seja este o pano em que a classe política tivesse a pensar.

Alturas houve em que se dizia “Não há necessidade”. Talvez agora o mais correcto seja … “Já não há saco”.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *