Não Alimentar

Clima “arrefece” mercados

Por a 8 de Fevereiro de 2008 as 11:30

dreamstime_875364.jpgApesar da sazonalidade, o mercado de ar condicionado é visto como uma solução de climatização e não apenas para combater o calor. O Inverno quente e o Verão mais ameno contribuiram para descidas em ambos os mercados.É de certo um lugar comum afirmar que o mercado da climatização é um mercado refém da evolução climática. Este mercado é já de si um mercado volátil e sazonal. O facto de ainda termos muitas habitações com deficiente isolamento térmico e ainda um número reduzido de lares possuir climatização central obriga os consumidores a procurarem soluções alternativas. Estas passam muitas vezes por soluções específicas ou localizadas para uma divisão da casa.

Por outro lado mesmo em muitas habitações novas, não é ainda prática comum instalar de raiz um sistema de climatização.

Muitas vezes deparamos com instalações apenas de aquecimento, obrigando a um segundo sistema de ar condicionado ou apenas pré-instalações que obrigam a um investimento adicional. Ou mesmo situações onde o isolamento é mau, não existe um sistema adequado e depois o inquilino ou condómino não pode instalar um ar condicionado sem violar a lei, porque impede a colocação dos mesmos no exterior do edifício.

Todo este contexto nos leva a focar no mercado de aquecimento e também no mercado de ar condicionado. Se bem que ainda exista uma forte sazonalidade de ar condicionado no Verão e de aquecimento no Inverno, cada vez mais o ar condicionado é visto como uma solução de climatização e não apenas para combater o calor.

O mercado de Aquecimento

Dezembro tem um peso muito grande num mercado que se resume aos 3 meses de frio, sendo responsável por cerca de 50% das vendas deste produto. Como podemos observar pela figura 1, 2007 fecha com uma quebra de cerca de 8% face ao ano de 2006, muito por causa do mês de Dezembro, que apresentou uma quebra superior a 20% face ao período homólogo de 2006. A tipologia de produto com mais vendas continuam a ser os termoventiladores, que aumentam mesmo a sua quota de mercado, acima dos 40%.

Logo a seguir com cerca de um terço das vendas, mas em queda apresenta-se os aquecedores a óleo. Juntos fazem o grosso das vendas nos diferentes canais. Mas se as vendas em unidades baixam, não foi certamente pelo preço elevado, uma vez que o preço médio dos aparelhos voltou a baixar, fixando-se num patamar 4% inferior ao do ano transacto. Relativamente aos canais, as grandes superfícies e as cadeias apostam mais nestes produtos no pico das vendas, ganhando quota de mercado neste período. As lojas de electrodomésticos tradicionais independentes e associadas foram o canal líder em, 2006, embora com as cadeias a ganharem peso no último ano.

O Ar Condicionado

Nos canais de consumo, excluindo o segmento de instalação e construção, o ar condicionado tem tido um comportamento deveras dinâmico. No entanto neste último ano o facto de termos tido um Verão discreto, levou a que as vendas destes aparelhos sofressem uma retracção significativa. Assim em 2007 reportamos cerca de 20.000 unidades a menos do que em 2006, num total de cerca de 60.000 unidades. Esta redução acompanhada pela redução no número de lojas a vender ar condicionado teve ao mesmo tempo um efeito de crescimento do preço médio, que ficou ligeiramente acima do patamar dos 450€.

Este é um produto de maior envolvimento do consumidor e que obriga a uma instalação, o que tem beneficiado naturalmente o retalho tradicional, que aumentou mesmo a sua liderança, ultrapassando os 50% de quota de mercado.

Painel Retalhista

Para o ano de 2008 esperamos dar mais novidades relativamente à evolução destes produtos, uma vez que iremos reportar um novo canal, o de DIY, onde estão incluídas as cadeias de bricolage como o AKI, Bricomarche, IZI, Leroy Merlin e Mestre Maco.

Este será um novo canal a incluir e que irá reforçar a cobertura nesta área de consumo. n

A GfK está presente no mercado português há mais de 10 anos, cobrindo os canais de consumo de Electrodomésticos, Electrónica de Consumo, Informática e Telecomunicações, entre outros. A GfK irá apresentar publicamente os resultados de 2007 na sua conferência anual prevista para quinta-feira, dia 27 de Março de 2008.

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