O mercado do mar
Globalmente há um decréscimo de lares a consumir peixe fresco, mas, no entanto, o valor deste mercado está a subir, em 2007.
A Portugal é o terceiro país do mundo com mais consumo de peixe per capita, ultrapassado apenas pelo Japão e pela Islândia. Demonstra-se assim o enorme peso que o peixe tem na alimentação dos portugueses.
Neste artigo vamos analisar sobretudo o consumo de peixe fresco, realizado este ano pelo Lares Portugueses. Globalmente há um decréscimo de lares a consumir peixe fresco, mas no entanto o valor deste mercado está a subir, em 2007.
Preferências gerais sobre o consumo de pescado
Tendo por base o consumo efectuado nos lares portugueses (Fonte: TNS Worldpanel) verificamos que, de todas as várias categorias de peixe, o consumo pende claramente para o bacalhau.
De todo o peixe comprado o bacalhau representa 42,3% do valor despendido pelos Lares, nos primeiros 10 meses de 2007 (YTD P10) e continua, por isso, a ter um peso importante nas preferências alimentares dos portugueses. A uma distância considerável, situa-se o peixe e marisco congelado, com 27,7%, logo seguidos pelo peixe fresco com 26,5% dos lares. O marisco fresco tem apenas 3,5% de quota de mercado.
O consumo de peixe fresco nos lares
A evolução da penetração global do peixe fresco diminuiu 3% no primeiros dez meses do ano, comparativamente ao mesmo período de 2006, passando de 75,9% dos lares portugueses para 71,9%.
No entanto, este retrocesso não significou menos custos para as famílias, uma vez que o gasto médio por acto de compra de peixe fresco foi de 9,56 €, mais 5,6% que no mesmo período de 2006.
Isso aconteceu apesar da quantidade de peixe comprada em cada acto ter diminuído, sendo que até Outubro de 2006 correspondia a 1,82 Kgs e no mesmo período em 2007, corresponde a 1,77 Kgs (-2,7%). Ou seja, menos lares compraram menos peixe, mas mais caro.
As espécies mais populares entre os portugueses são o carapau, com 39,9% de penetração, a sardinha, com um valor de 35,4%, a pescada, apresentando 34,7% de penetração, a dourada, com 28,5% e o salmão, atingindo os 26,1%. No entanto, considerando o valor gasto em cada tipo de peixe fresco, a repartição da quota de mercado é diferente. Assim, a pescada lidera com uma quota de mercado de 11,4%, o carapau ocupa, neste caso, o segundo lugar com 8,5% de quota, segue-se a dourada, que atinge os 7,9%, seguida de muito perto pelo polvo, com uma quota de mercado de 7,3%.
Analisando a evolução da penetração entre o ano de 2006 e 2007, verifica-se que quase todos os tipos de peixe perderam terreno, destacando-se a pescada e o peixe espada com as perdas mais significativas, com 4,3% e 4% menos de penetração, respectivamente. Apenas o robalo, o polvo e o salmão aumentaram a penetração em 1,7%, 0,7% e 1%, respectivamente.
Que tipo de lares compram mais peixe fresco?
Os “adultos independentes” e os “adultos casados sem filhos” são os que mais compram peixe fresco, representando 24,5% do total de lares compradores desta categoria. Na situação contrária, encontram-se os jovens independentes e jovens casados sem filhos, que contribuem apenas 13,8% para a compra desta categoria.
Onde se compra mais peixe fresco?
No que diz respeito ao valor do peixe fresco comercializado, os Supers continuam a ter uma grande importância para esta categoria, com 34,4%. Os Hipers ocupam a segunda posição no ranking, com 22,8%. Embora com uma distância considerável em relação ao peso do Hipers e Supers, o canal tradicional (Peixaria, Mercado, Praça) ainda é importante neste categoria. No entanto está claramente a perder terreno, face a 2006, verificando-se um tendência clara – este ano – a favor da Distribuição Moderna, com a perda de 5,9 pontos percentuais no espaço de apenas um ano.
Ainda no campo da Distribuição Moderna, o Pingo Doce é a insígnia mais preferida para a compra de peixe fresco, com uma quota de mercado de 10,8%. Modelo e Intermarché são os senhores que se seguem, com 10% e 8,8% de peso em valor, respectivamente.
Esperamos que o claro aumento de preço do peixe fresco, verificado no período em análise, não venha, a prazo, a prejudicar o saudável hábito dos portugueses de terem um forte consumo de peixe, comparativamente com norte americanos e europeus.