Editorial

Então e Portugal?

Por a 30 de Novembro de 2007 as 9:30

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Na recente apresentação oficial da Alimentaria Barcelona 2008 à imprensa internacional, foi possível perceber junto de alguns dos principais intervenientes do mercado agro-alimentar, que Espanha se debate – curiosamente – com um problema de internacionalização e falta de visibilidade/reconhecimento dos seus produtos nos mercados de exportação mais relevantes.

Para os responsáveis pela produção espanhola, o seu país e produtos não são suficientemente (re)conhecidos no estrangeiro, reflectindo-se esta realidade nas exportações. Para estes players, Espanha não se consegue afirmar num mercado cada vez mais global com produtos tão “genuínos” como Vinho, Azeite, Carne, Queijo, Peixe ou Frutas e Legumes. De acordo com alguns dos participantes do evento, falta a Espanha uma cozinha tradicional e restaurantes típicos nos principais mercados internacionais, de modo a potenciar as exportações de produtos espanhóis.

Ora, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: Como é possível Espanha acusar estas dificuldades, sendo uma das principais economias europeias e mesmo mundiais?

E se os produtores espanhóis vivem estas dificuldades, o que dirão os produtores portugueses?

E como é que os espanhóis se propõem ultrapassar estas dificuldades? Pois bem, organizando feiras em vários países e Continentes, fazendo os produtores espanhóis mostrar os seus produtos no México (Alimentaria México), na Argentina (Alimentaria Mercosur), em Portugal (Alimentaria Lisboa), estando já na “calha” possíveis incursões nalguns países asiáticos e no Brasil. Ao mesmo tempo que Espanha pretende levar os produtos aos mercados de exportação, coloca também as personalidades espanholas de maior relevo como embaixadores dos seus produtos, utilizando nomes como Fernando Alonso, Rafael Nadal, Pedro Almodôvar, Ferran Adrià entre outros, na promoção dos seus produtos.

Em Portugal, por sua vez, é normal ouvirmos os habituais “queixumes” dos mais diversos sectores de actividade relativamente à falta de visibilidade e (re)conhecimento do nosso País, esquecendo-se, contudo, de um factor muito simples. É que os espanhóis quando promovem o seu país, fazem-no de forma unida, “remando” todos para o mesmo lado.

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