Distribuição

Supermercados britânicos obrigados a vender propriedades

Por a 5 de Novembro de 2007 as 2:00

tesco.jpgOs maiores supermercados britânicos poderão ser forçados a vender terrenos a fim de encorajar a concorrência, contudo, a Comissão de Concorrência do Reino Unido afirmou que o maior de todos, a Tesco, não se encontra numa posição suficientemente forte para asfixiar os rivais.

Num relatório relativo ao sector grossista, avaliado em 125 mil milhões de libras (cerca de 180 mil milhões de euros), a autoridade adoptou uma perspectiva benigna, afirmando que os retalhistas não estão a conspirar nem a abusar sistematicamente dos fornecedores e rejeitando alegações de que o crescimento dos supermercados está a dificultar a actividade dos pequenos negócios.

Todavia, a Comissão afirmou à Reuters ser «necessário agir para melhorar a competitividade em determinados mercados locais e para abordar as relações entre retalhistas e os seus fornecedores».

Uma das sugestões desta autoridade consiste em obrigar os retalhistas a vender propriedades em áreas onde a concorrência é fraca e banir o pactos restritivos que levassem à falência de concorrentes rivais.

Os lucros da Tesco, o retalhista que mais teria a perder com estas medidas, aumentaram quase 3%, à medida que o medo dos investidores face a medidas punitivas mais fortes foram diminuindo.

«Não houve grandes surpresas e as medidas não pareciam demasiado pesadas», afirmou o analista da Seymour Pierce, Andrew Wade.

Os resultados do terceiro inquérito da Comissão da Concorrência realizado em sete anos no mercado grossista excluiram a hipótese de que a Tesco, com uma quota no mercado grossista de 31%, estaria a prejudicar a concorrência.

«A Tesco não se encontra numa posição suficientemente forte para impedir que os outros retalhistas compitam. A expansão dos outros grossistas continua, o que indica que a Tesco não constitui uma barreira», afirmou a Comissão.

Christopher Hogbin, analista da Bernstein Research, declarou que «os resultados têm sido positivos para os retalhistas alimentares, de uma forma geral, uma vez que eles sugerem poucas alterações às operações actuais».

O inquérito focou a sua atenção nas relações tensas entre a Tesco e os seus rivais mais próximos Asda, recomendando alterações ao sistema de planeamento que proporcionariam maiores oportunidades para os empreendimentos nas orlas dos centros urbanos, enquanto manteriam limites aos empreendimentos fora das cidades.

Outra medida que a autoridade se encontra a considerar é referente às alterações ao Código de Práticas dos Supermercados, que regula as relações entre retalhista e fornecedor.

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