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Manobras de mestre

Por a 2 de Novembro de 2007 as 18:30

logistica

Comprar ou alugar os equipamentos de transporte de carga em armazém? Qual a opção mais vantajosa para as empresas? Os prós e os contras pela voz das principais empresas do sector.

A panóplia de equipamentos, modelos e configurações, para movimentar carga em armazém é cada vez mais diversificada. E não é por acaso. Cada máquina responde às necessidades específicas de cada sector, entre as quais se destacam as condições de armazenamento – dimensão dos corredores, altura de carga, temperatura e exposição ao exterior – o tipo de produtos, peso e volume -, e as exigências de higiene inerentes à área alimentar, explica Celso Amorim, director de logística e compras da Auto-Sueco.

Face ao vasto leque de oferta, apontar a “máquina ideal” não se afigura tarefa fácil, no entanto, há equipamentos mais utilizados nos armazéns nacionais. Nuno Santos, gestor de produto da Entreposto Máquinas, distingue «duas correntes de trabalho principais». As empresas que optam pelas máquinas convencionais, concebidas para cargas completas (contrapesadas) e as que investem em equipamento especializado de interior. A grande vantagem das primeiras é a flexibilidade, porque operam em interior e exterior, e adaptam-se a diversos tipos de armazém. Por outro lado, as máquinas para interior permitem armazenar mais paletes, em menor espaço, e de forma mais rápida, como é o caso dos empilhadores retrácteis, preparadores de encomenda e stackers, entre outros.

O retráctil adapta-se a corredores de menor dimensão e tem maior capacidade de carga, assim como permite empilhamento em altura superior, sublinha Celso Amorim, que distingue ainda os empilhadores eléctricos contrabalançados de três rodas. Entre os benefícios destas máquinas, destacam-se o preço de aquisição e a operacionalidade, no entanto apresentam limitações a nível da altura e capacidade de carga e exigem corredores maiores.

Por sua vez, Carlos Soares, director-geral da Empilhadores de Portugal, sublinha que entre os equipamentos mais requisitados estão ainda os porta-paletes eléctricos e stackers (1.200, 1.600 e 2.000 kg) com plataforma, e os empilhadores com mastros duplex ou triplex (entre 3,30 e 5 metros de altura), graças à robustez, eficácia, fiabilidade, relação preço/qualidade, capacidade de manobra e desempenho que os caracterizam.

Aluguer versus compra

«Falar do preço do equipamento é diferente de falar de custos», alerta Carlos Carvalho, responsável pela delegação da Linde no País. Performance, consumo, ergonomia, conforto, versatilidade e custos de manutenção. Estes factores, “ou a falta deles”, é que definem o preço adequado.

A grande maioria das empresas que operam no sector apostam quer na venda quer no aluguer de equipamentos. «A venda ainda é o mercado com maior expressão, embora a entrada dos grandes grupos internacionais e modernização de processos nas empresas nacionais de maior dimensão já comecem a criar um mercado aluguer muito significativo», assegura Carlos Carvalho.

As vantagens do aluguer são consideráveis. É a solução ideal para «picos de trabalho sem empate de capital», frisa João Geraldes, director da divisão de movimentação de cargas da Barloworld Portugal. A Auto-Sueco disponibiliza aluguer a curto e longo prazo e define as potencialidades desta alternativa em duas palavras: investimento e resultados. «O aluguer anula o esforço de investimento inicial», assim como o compromisso de adquirir a máquina no final do contrato, sublinha Celso Amorim. No que diz respeito aos resultados, «elimina as despesas resultantes de avarias e acidentes fortuitos». O responsável da delegação da Linde acrescenta ainda que a entrega da gestão de frotas aos especialistas permite às empresas concentrarem esforços no core-business e adquirirem equipamentos com tecnologia de ponta.

A compra da máquina revela-se mais vantajosa a nível fiscal e nos custos de exploração, explica Carlos Carvalho. A Auto-Sueco, por exemplo, oferece soluções de financiamento, através de protocolos com entidades bancárias.

Tecnologia de ponta

O mercado de empilhadores industriais e equipamentos de warehouse (armazém) atingirá 3.200 unidades no final deste ano, segundo estimativa da Auto-Sueco, cifra que representa um crescimento superior a 25% nos últimos três anos e um volume de negócios de 54 milhões de euros.

Números à parte, o sector tem andado de mãos dadas com a tecnologia. O desenvolvimento dos motores Euro II, mais amigos do ambiente, é disso um bom exemplo, confirma o director-geral da Empilhadores de Portugal, que acrescenta ainda a aposta da indústria na «travagem regenerativa para economia de energia» e a introdução de «elementos de segurança, passiva e activa, da máquina para benefício do condutor e da carga».

Já o director logístico da Auto-Sueco destaca o sistema de motores AC nos empilhadores eléctricos e a transmissão electrónica VX nos empilhadores a diesel e a gás. O primeiro «permitiu reduzir os custos de manutenção e o consumo de energia», assim como o «período de imobilização dos equipamentos». A transmissão electrónica VX «revolucionou o mercado, permitindo a poupança de pneus até 40%, a redução significativa do consumo de combustível e o desgaste dos travões».

Os sistemas de diagnóstico onboard, computador de bordo que, em caso de avaria, indica ao operador qual é o problema, a via Can Bus, que oferece descrição pormenorizada da avaria, e o acesso por código PIN, que além de garantir segurança permite fazer a gestão da frota e avaliar o trabalho do operador, constituem outros avanços, sublinha o gestor de produto da Entreposto Máquinas.

A Linde, por sua vez, distingue «a redução automática de velocidade em curva, o sistema de estabilidade hidráulico activo das rodas de apoio e a direcção eléctrica assistida auto-centrada» dos seus equipamentos.
Empresas, marcas e equipamentos

Auto-Sueco
Dedica-se à importação e distribuição de máquinas e componentes, e prestação de assistência técnica. Os equipamentos são adquiridos ao fabricante e produzidos na Escócia, Irlanda e Itália. O serviço pós-venda é o grande pilar que sustenta a estratégia da empresa. Representa a marca Yale.

Oferta: empilhadores convencionais – diesel, gás e eléctricos – e equipamentos warehouse: retrácteis, preparadores de encomenda (order picking), stackers, porta-paletes e trilaterais.

Barloworld Portugal
Os equipamentos para movimentação de cargas, através das três empresas filiadas (Barloworld STET, Empilhadores e Serviços), é uma das quatros áreas de negócio do grupo. As máquinas são produzidas em fábricas europeias e japonesas. É especializada no fornecimento de serviços de manutenção e assistência técnica. Os equipamentos para interior de armazém são a forte aposta a curto prazo. É distribuidor oficial das marcas Caterpillar Lift Trucks e Mitsubishi.

Oferta: Porta contentores (até 45 toneladas), empilhadores contrapesados frontais, térmicos e eléctricos, e equipamentos para interiores de armazém: desde o porta-paletes manual às combis.

Empilhadores de Portugal
É uma empresa filial do grupo francês Manitou B.F., cuja actividade está centrada na importação, distribuição e assistência técnica das marcas que representa: Manitou (origem francesa), Fahel (produzida na China) e Crown (alemã). As máquinas de 2 a 2,5T a diesel ou eléctricas, com mastros entre 3,5 e 4,5m, são produtos estratégicos.

Oferta: desde o porta-paletes manual até aos empilhadores de 3,5 toneladas nas versões diesel, gás e eléctricos, além de porta-paletes eléctricos, stackers, order-pickers, retrácteis e tridimensionais, e empilhadores retrácteis.

Entreposto Máquinas
Importa, distribui e assiste – manutenção e peças – das marcas que representa: Nissan, Still e Hubtex. Os equipamentos são produzidos no Japão, Alemanha, Espanha, Holanda, França e Itália. Aposta todos os trunfos quer nas máquinas de interior quer nos equipamentos de exterior. Os porta-paletes manuais e os empilhadores eléctricos contrapesados são os produtos com maior peso no volume de negócios da empresa.

Oferta: gama de comercialização começa no porta-paletes manual, passando pelo empilhador Order Picker Combi até aos empilhadores convencionais, diesel, gás ou eléctricos, e máquinas de interior, como sejam stakers e porta-paletes eléctrico.

Linde
Assume-se o maior fabricante europeu de empilhadores. O core-business é o fabrico e a distribuição de equipamentos para movimentação de cargas. No pacote inclui ainda formação de operadores, aconselhamento técnico e comercial e assistência técnica. A Linde Material Handling Ibérica é uma filial da empresa mãe, alemã, com sucursal em Portugal. Comercializa em exclusivo a marca Linde. Os equipamentos são produzidos quer nas fábricas europeias do grupo (Inglaterra, Alemanha e República Checa) quer na China e nos EUA.

Oferta: toda a panóplia de equipamentos para movimentação de carga em armazém. Destacam-se os mais requisitados no mercado nacional: preparadores de encomenda, porta-paletes eléctricos e empilhadores retrácteis.

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