Distribuição

Retalho vende MNSRM mais baratos

Por a 5 de Julho de 2007 as 2:00

Segundo o último recenseamento às Parafarmácias realizado pela Nielsen Portugal em Fevereiro/Março de 2007, o impacto que a alteração da lei, que passou a permitir a comercialização dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) fora das Farmácias, trouxe um desenvolvimento a este negócio. Se no universo das Parafarmácias existiam mais de 360 pontos de venda, não deixa de ser significativo o número que abriu durante o ano de 2006: cerca de 70%. Aliás, «a lista de pontos de venda com permissão do INFARMED para comercialização deste tipo de produtos tem vindo a aumentar significativamente todos os meses estendendo-se esse número já a cerca de 460 em Junho de 2007», refere a Nielsen Portugal.

«Associado ao forte crescimento do número de Parafarmácias, também o volume de facturação aumentou de forma significativa», revela a consultora, ultrapassando em 2006 os 50 milhões de euros, valor 6 vezes superior ao do ano 2003, segundo o mesmo estudo da Nielsen. Num negócio concorrente, mas já com outra maturidade e dimensão, o número de Farmácias existentes tem assistido a um abrandamento e em 2006 registava cerca de 2.830 pontos de venda. Contudo, a facturação deste canal continua a apresentar uma tendência de crescimento, tendo registado um aumento de 2% de 2005 para 2006.

«Apesar de a maior parte das Parafarmácias ter aberto no decorrer do ano 2006, e por essa razão ainda não reflectir um ano completo de negócio (quer em MNSRM, quer nas outras categorias), a sua facturação já representa mais de 5% do negócio equivalente nas Farmácias, sendo de prever que este indicador aumente no futuro», refere Manuel Carvalho Martins, Client Team Manager da Nielsen Portugal.

Os MNSRM, um dos segmentos ainda em desenvolvimento dado o pouco tempo de comercialização que têm nas Parafarmácias, já representam cerca de 21% do negócio e tudo leva a crer que venham a ultrapassar a área tradicionalmente mais representativa para este tipo de loja, os produtos de dermocosmética.

O sector do retalho alimentar viu no negócio dos MNSRM uma possibilidade de crescer e diversificar a sua área de actuação contando já com 12% das lojas do universo total de Parafarmácias identificado no referido estudo. «Se considerarmos o elevado tráfego de consumidores que normalmente atraem, e tomando por base as vendas de MNSRM registadas no Painel de Parafarmácias da Nielsen, esta tipologia de loja, propriedade dos retalhistas alimentares, apresentou uma venda média por loja, em valor, superior à das Farmácias em 20% no trimestre terminado em Fevereiro de 2007», refere o estudo.

Um dos argumentos utilizados pelo Governo, quando comunicou a alteração da referida lei, foi o benefício que o consumidor final passaria a usufruir na compra de produtos devido a preços mais baixos. Uma análise de preços, efectuada através do Painel Nielsen das Parafarmácias dos Retalhistas, indica que 15 dos 20 produtos de MNSRM mais vendidos neste universo tinham, no mesmo trimestre de referência, um preço médio unitário inferior ao praticado nas Farmácias. Um consumidor que tivesse necessidade de comprar um cabaz composto por esses 20 produtos teria pago na totalidade menos 5% se o tivesse adquirido nas Parafarmácias dos Retalhistas Alimentares do que pagaria se a sua compra tivesse ocorrido nas Farmácias.

De referir que, durante a apresentação da campanha “Domingos e Feriados Abertos”, o presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Luís Vieira e Silva, considerou que «em velocidade cruzeiro, 20 a 25% dos MNSRM serão vendidos fora das farmácias».

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