Distribuição

Consumidor elege novo líder

Por a 30 de Março de 2007 as 19:04

 Aped

O segundo dia do 3.º Fórum da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) ficou marcado pela inalterada expansão do conceito discount a nível mundial. A apresentação da TNS foi, contudo, a que causou maior “burburinho”, dado apresentar como líder do retalho nacional uma insígnia que não faz parte do universo APED, não recorrendo a quaisquer relatórios anuais, mas à opinião do consumidor

Depois de no primeiro dia a apresentação da “Verdade Inconveniente” de Al Gore ter concentrado as maiores atenções no Fórum da APED (excluindo os jornalistas que não puderam estar presentes), o “dia 2” ficou marcado por temáticas mais “convenientes” ao(s) negócio(s) do sector da Distribuição Moderna.

Bryan Roberts, global retail research manager do Planet Retail, veio ao Centro de Congressos do Estoril revelar que «o conceito “multi-channel” e a diversificação da oferta são estratégias vencedoras no sector do retalho», salientando que «os maiores players mundiais já compreenderam que a multiplicidade de oferta é fundamental», apontando os conceitos discount, cash&carry e drogaria como os de maior potencial de crescimento a nível global.

Expansão discount

De resto, Roberts salientou que «o conceito discount possui margem de expansão em diversos países», perspectivando uma subida nas vendas de 7,6% ao ano, entre 2006 e 2010, e um crescimento na abertura de lojas em 6% durante o mesmo período. No “mundo discount”, o analista britânico apresentou a Alemanha como líder destacado no que diz respeito ao volume de negócios, com uma quota de 25% do mercado mundial. A Europa (excluindo Alemanha) surge com 36%, seguida da América do Norte com 32%. Com quotas bastante reduzidas «e dai a forte margem de progressão do discount nesses mercados», aparecem a Ásia (4%) e América do Sul (2%).

As previsões mundiais do Planet Retail apontam, aliás, para mais 15.000 lojas discount até 2010, destacando-se Schwarz (3.082), Dollar Central (2.946) e Family Dollar (2.102) como as mais inauguradoras. De referir a presença da Jerónimo Martins nesta listagem, com a antevisão de abertura de mais 495 lojas até ao ano 2010.

A importância deste conceito foi, de resto, destacado por Bryan Roberts, referindo que «a tendência é para que mais retalhistas “mainstream” adoptem este conceito. Verifica-se, actualmente, que muitos discounters alimentares estão a aumentar a oferta não alimentar e vice-versa. Nota-se, também, um dissipar das diferenças entre o hard e o soft discount, bem como uma maior percepção por parte das marcas na necessidade de negociar com o discount».

Tema da apresentação de Bryan Roberts foram, também as Marcas da Distribuição (MD), referindo que «estão a ganhar quota de mercado por todo o mundo. Esta é aliás a forma que os retalhistas encontraram para combater os discounters», salientando que «em diversos mercados maduros, as MD estão a entrar nos segmentos ditos “privados”, como sejam produtos premium e orgânicos, entre outros». Na opinião do analista, «quanto maior forem os níveis de concentração do retalho, maior a quota de Marcas da Distribuição».

Preferências orgânicas

Tendência crescente em todo o mundo é a venda de produtos orgânicos, crescendo a um ritmo de 17% ao ano, de 2001 a 2005. Os EUA detêm já uma quota de 48% do total das vendas alimentares, seguido da Europa com 37% e Ásia/Pacífico com 12%. Segundo o Planet Retail, a preferência nos produtos orgânicos recai claramente nas frutas e vegetais (73%), referindo Bryan Roberts que «normalmente, existe uma cooperação entre os produtores e loja. Em muitos locais, são os próprios produtores locais que fornecem as lojas, permitindo uma maior aproximação e identificação dos clientes com os produtos». Entre as razões para a compra de produtos orgânicos, destacam-se a não utilização de pesticidas (70%), frescura (68%) saúde (67%) e ambiente (25%).

A importância e expansão dos produtos orgânicos está patente na estratégia que os produtores têm adoptado, verificando-se que existem marcas que optam por abrir lojas próprias, ganhando igualmente quota de mercado no conceito discount.

Novo líder

A apresentação que, talvez, mais “burburinho” causou, terá sido a de Luís Simões, director-geral da TNS, ao revelar que o Lidl lidera o mercado da Distribuição Moderna em Portugal (quota de mercado em valor), não recorrendo aqui a quaisquer relatórios e contas, mas às opiniões dos consumidores nacionais.

Depois de referir que o consumidor português faz, em média, 114 visitas às lojas, com o valor do “basket size” a rondar os 1.274 euros/lar por ano, Luís Simões revelou que os conceitos a receber mais dinheiro por parte dos consumidores são os hipermercados (42

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