Outras Opiniões

As mais recentes apostas do sector alimentar – Alimentos funcionais

Por a 2 de Fevereiro de 2007 as 17:45

raquel abrantes

Nos últimos anos a inovação tem demonstrado ser uma peça fundamental no desempenho e resultados das empresas do sector alimentar. Recentemente, surgiram em Portugal, à semelhança do resto do mundo, produtos verdadeiramente revolucionários – os alimentos funcionais.

Os alimentos funcionais para além de saciarem a fome e fornecerem energia ao organismo, contribuem para a melhoria da saúde dos consumidores, ou seja, são alimentos com propriedades específicas que podem prevenir determinadas doenças e/ou reduzir os riscos associados às mesmas.

Actualmente são comercializados diversos alimentos funcionais, sendo o sector dos produtos lácteos e seus derivados o que mais disponibiliza este tipo de produtos.

No entanto, não é qualquer alimento que pode ser designado por alimento funcional. Segundo a literatura, os alimentos funcionais são apenas os “produtos alimentícios que produzem benefícios específicos, ou que contêm níveis significantes de componentes biologicamente activos, na melhoria da saúde, além dos seus nutrientes básicos tradicionais”, sendo necessária a realização de diversos estudos, que possibilitem determinar com exactidão a dose de produto que deverá ser ingerida para garantir a acção que lhe está a ser atribuída.

As alegações nutricionais de alimento simbiótico, alimento prébiótico e alimento probiótico são cada vez mais recorrentes na variedade de produtos existente no mercado, mas será que retalhistas e consumidores sabem o que significam?

Os alimentos probióticos, como por exemplo os leites fermentados com bifidobactérias, são compostos por microrganismos vivos, ou seja, possuem bactérias ácido-resistentes que conseguem ultrapassar a barreira do estômago e da bílis e que ao chegarem vivas ao intestino, possibilitam uma reposição da flora intestinal, contribuindo para diminuição do risco da contracção de doenças.

Por outro lado, nos alimentos prébióticos encontram-se ingredientes alimentares não digeríveis pelas enzimas digestivas humanas que estimulam, selectivamente, o crescimento ou a actividade de uma ou mais bactérias, numa parte do intestino (cólon). Estes alimentos fornecem o alimento para o desenvolvimento e crescimento dos milhões de microrganismos benéficos que constituem a flora intestinal humana.

Finalmente, os alimentos simbióticos combinam as propriedades probióticas e prébióticas. É importante esclarecer que nem todos os alimentos probióticos ou prebióticos podem ser considerados alimentos funcionais, uma vez que para poderem usar essa designação têm que apresentar na sua rotulagem a dose que garante o seu efeito. Neste caso, e sempre que falamos em alimentos prébióticos, probióticos e simbióticos, sem indicação da dose que garante determinado efeito, estamos perante alimentos enriquecidos.

Raquel Abrantes, Nutricionista da Kellog´s Portugal