Distribuição

“Cá se fazem cá se compram”

Por a 19 de Janeiro de 2007 as 18:21

aep

Apresentado no início do mês de Novembro de 2006, o projecto da Associação Empresarial de Portugal (AEP) – “Compro o que é nosso” -, conheceu ontem o seu «Dia D», como referiu o vice-presidente da associação, Paulo Nunes de Almeida.

A AEP irá investir ao longo do ano de 2007, 2,1 milhões de euros numa campanha de publicidade destinada a fomentar o consumo de produtos portugueses no âmbito do “Compro o que é nosso”. A campanha será divulgada em duas fases, a primeira das quais se inicia hoje e decorrerá até finais de Maio. Já no segundo semestre será retomada, sobretudo, com o objectivo de capitalizar o aumento do consumo que se verifica na época natalícia.

A campanha assenta no claim “Cá se fazem cá se compram” e num grafismo que remete para os sectores de actividade que assumem maior relevância no dia-a-dia dos portugueses: vestuário, alimentação, casa e tecnologia.

Para levar a cabo esta campanha, a AEP tem estabelecido um conjunto de parcerias e protocolos com patrocinadores, media partners, associações sectoriais, câmaras e hipermercados. Estes acordos deverão ser ainda reforçados ao longo de todo o ano de 2007, prevendo-se que ganhem uma dinâmica nacional que perdure no tempo.

Já aderiram ao projecto “Compro o que é nosso” mais de 200 empresas representativas de sectores de actividade tão distintos como alimentação, têxteis, calçado, metalomecânica, informática, logística, cerâmica, eléctrico, embalagens, limpeza, papel, automóvel e plástico.

Durante a apresentação da campanha que agora se inicia, Paulo Nunes de Almeida revelou que o objectivo é chegar às 250 empresas no final do 1.º trimestre de 2007, correspondendo este número a aproximadamente 1.000 marcas.

«Este é o “Dia D” para o “Compro o que é nosso», referiu o vice-presidente da AEP. «O objectivo fundamental deste projecto é sensibilizar o consumidor do que de bom se faz em Portugal, valorizando a oferta nacional». Com isso, não se pretende somente que se venda mais, mas também que «se melhorem os preços dessas ofertas». Paulo Nunes de Almeida salientou ainda que este projecto nada tem contra os produtos importados, defendendo o «mercado aberto. Não existe proteccionismo neste projecto».

Na conferência de imprensa que marcou o arranque da campanha ficou claro que o projecto «avançou sem quaisquer apoios públicos, contando somente com patrocínios de empresas privadas». Ficou, contudo, claro que a AEP irá concorrer a fundos do Estado, tendo para tal já apresentado um dossier.

Entre as insígnias do retalho alimentar já inseridas na campanha contam-se o Pingo Doce, Continente, Modelo, Feira Nova e Jumbo, referindo-se que «existe espaço para muitas mais que queiram participar».

Certo ficou também que o logótipo “Compro o que é nosso” não é nenhum certificado de qualidade, revelando os responsáveis da associação que em breve irá ser lançado o “Kit de produtividade” que será distribuído aos participantes desta campanha, de modo a ajudar as empresas em questões tão vitais para o seu dia-a-dia como, por exemplo, a redução dos gastos energéticos.

No final, Paulo Nunes de Almeida referiu que «os empresários portugueses já sentem a necessidade de serem competitivos».

De referir para análise das candidaturas a este projecto, a AEP nomeou um equipa técnica. Os pedidos de adesão deverão obedecer aos seguintes critérios: as empresas aderentes deverão ter sede e marca própria registadas em Portugal; situação regularizada perante o Estado e Segurança Social; cumprir ou manifestar intenção de cumprir a legislação em vigor relacionada com o licenciamento industrial e ambiental; cumprir a legislação de segurança e saúde no trabalho e a legislação laboral; e, ter um rácio de valor acrescentado [(VAB + Incorporação Nacional de Consumos Intermédios) / Valor da Produção] não inferior a 50%.

As condições de adesão são acessíveis a qualquer tipo de empresa. As empresas com facturação inferior a 2,5 milhões de euros terão de pagar anualmente 500 euros para poderem usar a marca “Compro o que é nosso” nos seus rótulos e embalagens. As empresas com facturação entre 2,5 e 7,5 milhões de euros terão de pagar 1.000 euros e as empresas com facturação superior a 7,5 milhões de euros pagarão 1.500 euros, tendo os associados da AEP ainda um desconto de 20% sobre os valores.