Distribuição

Carrefour factura mais de 4 mil milhões de euros no Brasil

Por a 10 de Janeiro de 2007 as 18:08

Carrefour concentra-se em formatos pequenos

Com 412 lojas em território brasileiro, o Carrefour apresentou durante o ano de 2006, uma facturação de 4,3 mil milhões de euros. De acordo com o jornal norte-americano The Wall Street Journal, a operação do grupo francês no Brasil esteve em risco, dado que o presidente do grupo, José Luís Duran, logo após assumir o cargo, ameaçou com uma possível saída do Brasil num prazo máximo de dois anos, caso os resultados não registassem melhorias e os negócios não regressassem ao crescimento desejado.

Há seis anos, o Carrefour brasileiro era responsável por cerca de 12% da facturação global do grupo gaulês. Hoje, essa participação é de apenas 5%. Num mundo no qual os investidores migram de acordo com as conveniências e as perspectivas de futuro, o Brasil deixava de ser atractivo. Reagir – e evitar a migração – era a única alternativa para os executivos locais, refere o jornal norte-americano. Nos últimos meses, o francês Jean-Marc Pueyo, presidente da subsidiária brasileira, mergulhou numa profunda reestruturação da operação que incluiu a renovação do quadro de funcionários ao corte brutal de custos.

A ameaça de abandono do mercado brasileiro foi e continua um tabu na sede brasileira do Carrefour. De acordo com a revista Exame do Brasil, «os executivos não admitem oficialmente, mas por vários meses o ultimato de Duran assombrou o negócio. O terror ficava maior à medida que o presidente mundial do Carrefour empreendia uma limpeza de dimensões globais».

Desde que assumiu a presidência do grupo, Duran já esteve no Brasil três vezes e tem acompanhado de perto as mudanças na operação. Um terço do comando da subsidiária foi trocado – o que corresponde a 75 dos 210 profissionais da gerência e direcção. A empresa também adoptou uma nova estrutura de cargos e salários, na qual os funcionários passaram a ter bónus associados à performance. Benefícios típicos de companhias mais conservadoras entraram no pacote de corte de custos.

Nas lojas, os gerentes de departamentos com mau desempenho, que tinham salários de até 2.500 euros, foram substituídos por coordenadores e chefes de secção, com remuneração até 50% menor. Ao mesmo tempo em que eliminava despesas, Pueyo recebeu sinal verde para investir cerca de 230 milhões de euros na abertura e na renovação de lojas. Como resultado, o Carrefour fechou o ano de 2006 com dez novas unidades – um número muito maior do que as três lojas anuais que vinha inaugurando nos últimos anos, mas ainda inferior à meta de 13 lojas anuais estabelecida pela matriz francesa. Para 2007, a meta é ainda mais dura: 20 novas lojas.