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Sucesso em Feiras II: Regulamentação e Concorrência

Por a 22 de Dezembro de 2006 as 15:53

manuel névoa

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vem exercendo uma meritória actividade de fiscalização e sensibilização para o cumprimento da legislação, que se tem estendido, também, a algumas feiras e exposições, particularmente as que envolvem o sector alimentar.

É neste contexto que proponho uma breve reflexão sobre o quadro em que se desenvolve a actividade das empresas que prestam serviços de apoio à realização de feiras, com natural enfoque nas empresas construtoras e instaladoras de stands.

A construção de novos parques de Exposições em Portugal, a partir do final dos anos 1980 originou um significativo aumento do número de empresas envolvidas na participação em feiras, induzindo o aparecimento de vários prestadores de serviços nesta área.

Trata-se de um sector muito fragmentado, sendo possível encontrar empresas muito bem estruturadas, com um corpo técnico e logístico altamente profissionalizado, a par das chamadas de “vão de escada”. Sem entrar em quaisquer juízos de valor, temos que reconhecer que estas últimas, pela frequência com que prestam maus serviços, contribuem para uma má imagem deste importante sector de actividade.

Adicionalmente este tipo de “empresas”, geralmente pouco cumpridoras de normativos legais, faz uma concorrência desleal, por vezes também traduzida na montagem de projectos elaborados por outros empresas e de que alguns expositores, despudoradamente, se aproveitam, sem ressarcir quem investiu recursos humanos e técnicos na sua elaboração.

Não existe legislação específica para este sector de actividade. As empresas repartem-se por sectores normalmente ligados à construção civil e actividades afins, o que abre a porta a numerosos “curiosos”, sem o mínimo de condições para responder à complexidade e exigência que estes serviços colocam.

A indústria dos serviços de apoio à realização de feiras carece, em Portugal, de um conjunto de normativos que regulamente e discipline o modo de prestação de serviços.

Os principais Parques de Exposições do País e a Associação das Empresas de Serviços para Feiras e Exposições (APECS) poderão e deverão ter aqui um papel crucial, na definição de normas de funcionamento, que dêem garantias de boas práticas empresariais.

Também aqui, a cooperação institucional deve constituir pedra de toque para elevar o nível de rigor e profissionalismo desta importante actividade económica.

Manuel Névoa, Director de Marketing da Construtora da Ferraria