IKEA investe 660 milhões em Portugal

A Swedwood, grupo industrial fornecedor do IKEA, confirmou ontem que vai instalar em Paços de Ferreira três unidades de fabrico, num investimento no valor de 135 milhões de euros. Tendo em conta o plano de investimentos já conhecido, com a abertura de vdois centros comerciais e de seis lojas além da já existente em Alfragide, o investimento global em Portugal ascenderá a 660 milhões de euros até 2015.

Destinadas ao fabrico de móveis de estrutura modular, de portas de cozinha de pintura lacada e de mobiliário folheado, respectivamente, as três unidades de fabrico ontem anunciadas deverão estar totalmente operacionais em 2010. Em 2014, quando atingir a velocidade de cruzeiro, a capacidade de produção esperada do complexo é de 180 milhões de euros anuais, revelou António Machado, director de expansão da IKEA em Portugal.

A exportação para Espanha, França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos da América será o destino de 90% do volume de produção do novo complexo. Neste sentido, a qualidade da infra-estrutura e as ligações fáceis ao porto de Leixões e a Espanha, por acesso directo à A42, além de um estudo de impacto ambiental favorável, foram os motivos para a escolha de Paços de Ferreira em detrimento das outras duas candidaturas – Paredes e Estarreja –, enunciou António Machado.

Este é o maior investimento realizado de uma só vez desde a criação da Swedwood, o que «traduz a importância que o mercado português representa para o Grupo IKEA em geral, e para o grupo Swedwood em particular», afirmou André de Wit, director-geral da IKEA Ibérica. Contando já com 35 fábricas espalhadas por nove países da Europa Central e Oriental, a escolha de Portugal insere-se no plano mais vasto de expansão do grupo para o sul da Europa, explicou.

Do ponto de vista nacional, o projecto permitirá aumentar em 20% a produção portuguesa de mobiliário, reforçando o cluster da madeira em que «somos líderes», afirmou o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, referindo-se aos 60% dos fornecedores de matéria-prima portugueses. Escusando-se a revelar os incentivos dados ao grupo sueco, o ministro revelou que o projecto foi considerado Projecto de Interesse Nacional (PIN), sublinhando a sua importância como «bandeira do nome de Portugal lá fora».

No total das três fábricas, serão disponibilizados pelo município de Paços de Ferreira 550 hectares de zona industrial. Segundo o presidente da câmara, o projecto trará know-how ao concelho e não entrará em concorrência com os produtores nacionais da “capital do móvel”, uma vez que «são produtos com públicos ligeiramente diferentes, mais complementares que concorrentes».

Com uma área total de 250 mil metros quadrados, o complexo criará 550 postos de trabalho directos e cerca de 1000 indirectos. A primeira fábrica começará a ser construída este ano, com abertura prevista para o início de 2007; a segunda deverá estar pronta em 2008 e, em 2010, todo o complexo estará operacional. O projecto soma-se à loja e centro comercial em Matosinhos, com abertura prevista para 2007, além de outras cinco lojas e de mais um centro comercial. Depois de Portugal, a expansão do grupo sueco deverá passar pelo sul de França, cerca de 2014.