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Produtores madrilenos querem conquistar Lisboa

Por a 15 de Setembro de 2006 as 12:46

Produtores madrilenos querem conquistar Lisboa

16 empresas madrilenas do sector agro-alimentar preparam-se para entrar no mercado português. “Madrid em Lisboa” é o nome da iniciativa, no âmbito da qual no próximo dia 18 de Setembro terão lugar um conjunto de reuniões de negócios com os profissionais das cadeias Horeca e distribuição, a que é direccionada a oferta. O projecto foi apresentado publicamente na terça-feira, depois de no dia 7 se ter celebrado uma jornada de familiarização das empresas com o mercado português. Ao jornal Hipersuper, os organizadores e promotores da iniciativa explicaram o que os move e o que se pode esperar do seu posicionamento no mercado.

Porquê Portugal e porquê agora? «Os produtores de alimentos da Comunidade de Madrid têm um mercado muito parecido sobretudo com os de Lisboa e Porto em termos de gostos e desenvolvimento do sector. Além disso, é um mercado muito próximo, o que facilita as questões logísticas», justifica Román Sánchez, gerente da Associação Empresarial de Alimentos da Comunidade de Madrid (ASEACAM), que organiza o evento. Para os empresários associados, o mercado português e espanhol são um mesmo.

Os dirigentes da ASAECAM não escondem que estão habituados a competir. A associação é composta por 70 das 1700 empresas de alimentação existentes em Madrid. Dessas, 16 «consideraram interessante» participar nesta iniciativa. «As empresas que estão aqui são líderes de sector. Madrid tem os quadros mais competitivos porque há uma grande concentração de consumidores com grande poder de compra num espaço muito pequeno, onde está a melhor hotelaria e distribuição. O que nos destaca é a capacidade de adaptação ao cliente, oferecendo produto e serviço», explica Román Sánchez.

No entanto, a sua abordagem não é a da exaltação regionalista ou nacionalista: «Estamos num mercado cada vez mais global. O que queremos é aumentar o bolo de todos. É uma mais-valia não só para a empresa que vende, mas também para a que comercializa. Venderemos mais se formos mais competitivos, e se os interlocutores – que serão sempre portugueses –, fizerem um negócio que o é para ambas as partes. Não vimos entrar em guerra com nenhum tipo de indústria», sublinha Ricardo Sánchez-Pozuelo, presidente da associação. Para Marta Ahumada, chefe de Promoção Agro-alimentária da PromoMadrid (empresa pública de promoção exterior e captação de investimento estrangeiro da Comunidade de Madrid), trata-se de «complementar» os mercados português e espanhol: «A missão da PromoMadrid é a atracção de investimento à capital e a internacionalização de acordos comerciais de todo o tipo, sempre sob premissas de apoio mútuo».

Conservas, congelados, pré-cozinhados e aperitivos, carnes e charcutaria, lacticínios e peixe fresco e congelado são os sectores em que se integram as 16 produtoras presentes. Na próxima segunda-feira terá lugar no Hotel Pestana Palace, em Lisboa, uma jornada de contacto com distribuidores e decisores de compra de grandes superfícies, hotelaria e restauração. Dentro da cadeia Horeca, é privilegiada a gastronomia de qualidade. Além das reuniões de trabalho, o chefe de cozinha madrileno Joaquín Felipe vai liderar a preparação, para degustação, de produtos de cada uma das empresas participantes.