Distribuição

Mosqueteiros apostam em frescos nacionais

Por a 12 de Setembro de 2006 as 10:58

Sessenta por cento das frutas e legumes dos Mosqueteiros são produzidas no âmbito de um programa de parcerias que garante aos produtores o escoamento dos produtos como forma de incentivar o investimento. O programa AGRO está já implementado nas áreas de frutas, legumes, queijos e enchidos, mas o objectivo a curto prazo é alargá-lo também à carne e peixe fresco. Criado em 1999, o projecto foi ontem apresentado à imprensa na Herdade Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo, considerada um caso emblemático do trabalho realizado.

De acordo com Cristina Borges de Carvalho, directora de Comunicação dos Mosqueteiros, o programa AGRO tem duas vertentes: por um lado, apoiar os produtores nacionais; por outro, oferecer produtos de alta qualidade ao melhor preço. Sendo implementado como uma parceria, os dois aspectos tornam-se recíprocos, sublinha. Produtores locais em todo o país são abordados por equipas técnicas dos Mosqueteiros. A garantia de compra de uma parte significativa da produção funciona como incentivo para o aumento do investimento em capacidade produtiva e em inovação das técnicas produtivas. Como está presente em todo o processo, o grupo consegue vantagens a nível de preço.

«Desde 1999 já provocámos mais de 3,5 milhões de investimento», afirma Abílio Almirante, director Comercial Alimentar dos Mosqueteiros, que garante que, em 2006, 60% das frutas e legumes à venda nos Mosqueteiros foram produzidas ao abrigo do AGRO. Segundo Joaquim Candeias, director de Compras e Vendas do grupo, o investimento no programa não chega a 1,5% dos 200 mil euros investidos em novos projectos. «As parcerias com agricultores inserem-se na opção estratégica de fraca implementação urbana» dos Mosqueteiros, salienta Abílio Almirante. Por outro lado, o AGRO permite ao grupo focar-se no sector estratégico dos perecíveis, cujas vendas em 2006 valeram 52% dos mais de 1000 milhões de euros de vendas totais. Nesse período, as vendas de frutas e legumes ascenderam aos 35 milhões de euros.

O AGRO tem vindo a ser implementado desde 1999, mas só agora os Mosqueteiros vão apostar na sua divulgação. «Queremos dar cara ao AGRO», declara Cristina Borges de Carvalho. Para o efeito, foi criado um logótipo e um stand móvel que será distribuído por cada uma das lojas do grupo, onde estarão expostos os produtos AGRO. Além disso, o grupo criou de um código de cores para diferenciar os vários tipos de produto: vermelho para a fruta, verde para os legumes e amarelo para o queijo.

A Herdade Vale da Rosa, dedicada à produção de uvas de qualidade, é um exemplo de sucesso na aplicação do programa. A propriedade, de 350 hectares, proporcionou em 2005 uma facturação no valor de 4 milhões de euros. A produção tem vindo a aumentar desde 2001. Em 2005 foram produzidas 3800 toneladas de uva, e para 2006 são esperadas 4000 toneladas. Neste momento, 12% da produção vai para os Mosqueteiros e o volume de vendas para o Intermarché triplicou no ano passado. A curto prazo, o objectivo é produzir cada vez mais e ir de encontro às propostas de exportação para o Intermarché noutros mercados europeus. «O que faz com que queiram trabalhar connosco é trabalharmos no sentido da qualidade, nós investimos brutalmente nisso», refere o administrador António Silvestre Ferreira.