Investimento imobiliário comercial deverá crescer na Europa

Por a 30 de Agosto de 2006 as 18:17

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168.000 milhões de euros é o valor de investimento comercial na Europa esperado até ao final do ano, aponta um estudo da consultora imobiliária Cushman&Wakefield. O sector do retalho representa apenas 28% do investimento total, menos 1% que no ano anterior.

O comunicado da consultora enfatiza o facto de o investimento imobiliário ter crescido 27% no primeiro semestre de 2006, quando comparado com o do mesmo período do ano anterior. Nesse período, o volume total de investimento imobiliário na Europa ascendeu aos 86,9 milhões de euros, com o Reino Unido a liderar o ranking dos principais investidores – apesar de uma quebra prevista em 30.000 milhões de euros de 2005 para 2006 –, seguido de Alemanha, França, Suécia e Espanha.

No entanto, a análise sectorial revela que o crescimento não foi repartido igualmente entre o retalho e os escritórios. Este último sector atrai a maior parte do investimento: 50% das transacções realizadas este ano e mais de 48% das realizadas em 2005. O retalho não só tem uma fatia menos significativa – 28% –, como a sua importância decresceu 1% desde o ano passado. «A principal causa para o decréscimo do investimento [no sector do retalho] é a falta de oportunidades de investimento», refere o comunicado em questão.

Fazendo uma previsão a médio prazo, Luís Rocha Antunes, director do departamento de Capital Markets da Cushman&Wakefield Portugal, considera que «a descida dos yields tende a estabilizar em meados de 2007, pelo que os investidores terão de direccionar a sua atenção para as zonas em que existe ainda espaço para o crescimento dos valores de renda, ou em que a oferta de espaços modernos é escassa, e a promoção, remodelação ou gestão activa de imóveis podem fazer a diferença».

A nível nacional, Luís Rocha Antunes considera que, sendo Portugal um mercado pequeno, «estratégias de rotação de activos, criatividade e diferenciação são a chave do crescimento» a médio prazo. Já em 2006, «alguns negócios de grande dimensão poderão colocar o nosso mercado no patamar dos 1.000 milhões de euros», refere. No entanto, as previsões da consultora indicam que este ano o volume de investimento se deverá manter semelhante aos 700 milhões de euros que, em 2005, colocaram Portugal na 19ª posição do ranking europeu, apesar de a procura ser «notoriamente superior» a este volume.