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“Commodities” em alta nos mercados internacionais

Por a 29 de Agosto de 2006 as 11:38

“Commodities” em alta nos mercados internacionais

Café, açúcar, trigo e arroz são bens essenciais cuja cotação tem vindo a subir nos mercados internacionais, tornando previsível uma futura subida dos respectivos preços. Apesar de os mercados de “commodities” terem vindo a revelar-se compensadores para os investidores, a evolução das cotações tem sobretudo uma base real.

Na origem da subida do preço do café está a diminuição das colheitas de alguns dos principais produtores, como o Vietname, Tanzânia e Índia. Na semana passada, o grão de café atingiu o valor mais alto dos últimos seis anos e meio, depois de a Euronext.liffe ter anunciado a suspensão da entrega de 16% do café tipo Robusta gerido por si. Com os stocks 51% mais baixos do que em igual período do ano passado, em que valorizou 60%, este ano o café acumula já uma valorização de 40%, refere o Jornal de Negócios, o que faz prever a continuação do aumento de preço.

A subida do açúcar explica-se, fundamentalmente, pela sua utilização como matéria-prima para o fabrico de combustível – etanol, um substituto do petróleo –, que fez aumentar procura. Segundo o Jornal de Negócios, a cotação atingiu este ano o valor mais alto de sempre no mercado londrino, subindo 30% em doze meses. No entanto, trata-se também de uma subida de base especulativa: depois de o ano passado ter estado a subir 40%, este ano acumula uma valorização de 8.22%.

O aumento do preço do arroz assenta na estimativa de uma redução das áreas de produção, sobretudo na China, onde os campos de cultivo têm sido utilizados para a construção de apartamentos, fábricas e estradas. Além disso, os inventários mundiais estão no nível mais baixo dos últimos vinte seis anos e meio. Desta forma, a Diapason Commodities Management prevê uma duplicação do preço do arroz em dois anos, e a gestora suíça Julius Baer considera-o o segundo melhor investimento agrícola, ultrapassado apenas pelo milho, refere o diário.

Quanto ao trigo, o crescimento do preço tem a ver com a danificação de colheitas pelo mau tempo em França, Reino Unido e Alemanha, e consequente diminuição de stocks, numa altura em que a procura aumenta. Num ano, o trigo para panificação ganhou 26.78% no Euronext Paris, que é a referência para a Europa, e desde o início de Julho já ganhou 20%. Segundo Ricardo Líbano, um analista de “commodities” da Informação de Mercados Financeiros (IMF), em declarações ao Jornal de Negócios, «os preços estão a subir no mercado de futuros e no mercado físico porque os produtores estão a reter cereal para fazerem subir o preço».